Secretário de Temer é acusado de assédio e agressão à mulher

Não satisfeito em ter como rótulo um governo com representação feminina ínfima,Temer resolveu premiar um agressor de mulheres e nomeou o presidente da JPMDB de Minas, Bruno Moreira Santos, para coordenar a Secretaria Nacional de Juventude. Segundo reportagem da revista Época, o novo coordenador da pasta é acusado de agressão e assédio sexual por duas mulheres.

Por Laís Gouveia 

Secretário de Temer é acusado de assédio e de ameaçar mulher com faca

Nos dois boletins de ocorrência contra Bruno, Vitoria Abreu Alves da Costa, sua ex-companheira acusa o secretário de Juventude de não aceitar o fim do relacionamento e atacá-la com socos, chutes, pontapés, chegando ao ponto de ameaçá-la com uma faca. Após declarar nunca ter conhecido Vitória, Bruno voltou atrás e reconheceu, inclusive, ter uma filha com ela.

Além de agredir sua ex-companheira, Bruno é acusado por uma ex-funcionária de assédio sexual. No boletim de ocorrência de 2015, há relatos de propostas íntimas de viagens, encontros, seguidos por ameaças de demissão devido à recusa da vítima.

Ex-secretária lamenta nomeação

A ex-secretária-adjunta da Secretaria Nacional de Juventude e também ex-presidenta do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Angela Guimarães, lamenta a nomeação de Bruno. “Penso que um espaço plural e democrático e de circulação de ideias avançadas e democráticas como o Conjuve não pode deixar de direcionar uma crítica e repúdio a essa nomeação do golpista Temer. Qualquer pessoa vinculada a episódios de misoginia e agressão e violência contra as mulheres não dispõe de autoridade moral, política e nem compromisso para conduzir a Política Nacional de Juventude que tem como um dos seus desafios prioritários enfrentar a cultura de múltiplas violências contra as mulheres. Repudiamos essa indicação absurda assim como repudiamos todos os atos deste governo ilegítimo”, denuncia.

Berço Político

Presidente da Juventude do PMDB em Minas, Bruno é filho do deputado estadual Cabo Júlio (PMDB-MG), condenado por órgão colegiado por sua participação na chamada Máfia dos Sanguessugas, esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares da saúde.