Após resposta de Dilma, STF arquiva ação que pedia para explicar golpe

As gravações das conversas entre integrantes da cúpula do PMDB e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, escancaram o golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Diante disso, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (17), o arquivamento da interpelação criminal aberta por ela a pedido de parlamentares tucanos e aliados contra a presidenta eleita por ela afirmar em discursos que o processo de impeachment é um "golpe de estado".

Rosa Weber ministra do STF

Na resposta entregue à ministra Rosa Weber, Dilma afirmou: "E o nome que se dá a uma ruptura institucional e democrática como esta, na ciência política, é ‘golpe de Estado’… Realmente está em curso um verdadeiro golpe de Estado no Brasil, formatado por meio de um processo de impeachment ilegítimo e ofensivo à Constituição”.

A ação foi apresentada pelos deputados Júlio Lopes (PP-RJ), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Pauderney Avelino (DEM-AM), Rubens Bueno (PP-PR), Antônio Imbassahy (PSDB-BA) e Paulo Pereira da Silva (SDD-SP). eles acreditavam que Dilma não reafirmaria sua denúncia ao Supremo, já que teria que fundamentar juridicamente o golpe.

Os parlamentares questionavam, por exemplo, quem seriam os responsáveis pelo golpe, quais instituições atentariam contra o seu mandato e que medidas ela estaria tomando para “resguardar a República”.

No documento enviado à Corte no último dia 7, Dilma aponta detalhadamente a trama golpista. “Silenciar diante desta interpelação seria negar uma vida e submeter-se a uma tentativa de intimidação. Uma vida que resistiu à prisão e às torturas impostas durante o período da ditadura militar, sem abdicar das suas crenças. Uma vida de quem se orgulha de ser mulher e de não se curvar diante de ameaças, de intimidações ou de arbítrios, venham de onde vierem”, diz a peça.