Delação escancara golpe e derruba mais um: Henrique Alves do Turismo

Após a divulgação oficial da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ministro do Turismo de Temer, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão do cargo nesta quinta-feira (16). Com ele, totalizam três ministros que pediram para sair depois de denúncias de envolvimento no esquema da Lava Jato.

ministro do Turismo, Henrique Alves,

Segundo depoimento de Machado, Henrique Alves recebeu R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014. Os recursos eram provenientes, segundo Machado, de propina dos contratos da subsidiária da Petrobras. O ex-ministro do governo golpista era um dos aliados mais próximos de Temer.

Na delação, Machado disse ainda que Henrique Alves costumava procurá-lo com frequência em busca de recursos para campanha.

As gravações de Machado também citam Henrique Alves. Segundo informações vazadas pela grande mídia, em despacho ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que Alves recebeu recursos de propina desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS no Congresso.

O dinheiro foi utilizado principalmente para abastecer a campanha do agora ministro ao governo do Rio Grande do Norte em 2014, quando ele acabou derrotado.

No despacho, o procurador aponta que a negociação envolvia o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. “Houve, inclusive, atuação do próprio Henrique Eduardo Alves para que houvesse essa destinação de recursos, vinculada à contraprestação de serviços que ditos políticos realizavam em benefício da OAS”, disse Janot.