Há 88 anos nascia Ernesto Guevara de La Serna, o Che

Primeiro ele estudou Medicina na Argentina. No auge da juventude embarcou em sua moto, um pouco velha, e partiu para descobrir os caminhos mais distantes da América Latina. Conheceu outras realidades, diferentes da sua de jovem de classe média alta e soube que deveria fazer algo para tornar este mundo um lugar mais justo. Com este sentimento revolucionário, movido por amor, Che Guevara lutou pela liberdade do povo cubano e protagonizou a Revolução, ao lado de Fidel Castro.

Por Mariana Serafini

Che Guevara - Divulgação

Em 14 de junho de 1928 nascia o Ernesto Guevara de La Serna, em Rosário, no interior da Argentina. O jovem pensador e revolucionário latino-americano contribuiu para reescrever a história do continente. Deixou sua marca em Cuba e partiu para a Bolívia, a fim de incitar uma nova revolução, aos moldes da que acabara de triunfar contra a ditadura de Fulgêncio Batista, na ilha que até então não passava de um quintal de final de semana para os ianques.

Médico, jornalista, escritor e revolucionário. Talvez seja pouco para dizer em quantas áreas Che circulou e contribuiu para um mundo mais justo. Mas sua inquietação não permitiu que depois do triunfo da revolução, em 1959, permanecesse para construir o novo governo, popular e democrático, ao lado de Fidel Castro. Assim, o revolucionário partiu primeiro para o Congo, onde não teve o mesmo sucesso e em seguida para a Bolívia, seu destino final.


Alberto Korda exibe o negativo da famosa imagem de Che 


No dia 8 de outubro de 1967 Che Guevara foi capturado e assassinado um dia depois. Ainda jovem, saiu da vida para se tornar um mito. Sua famosa imagem com olhar altivo, capturada pelo fotógrafo Alberto Korda, é até hoje uma das mais reproduzidas no mundo. Seus escritos permanecem inspirando jovens de uma ponta a outra na América Latina e foram além mar. Onde há um jovem com instinto revolucionário, certamente há uma frase de Che.

Ele disse que um revolucionário é movido por profundos sentimentos de amor. Apesar do clichê, não deixa de ser verdade que há de ser duro, mas sem perder a ternura. E especificou com quem dividia seus sonhos em ambições: “se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros”.

É interessante pensar o que diria o senhor Che, no alto de seus 88 anos, se vivo estivesse, sobre o momento turbulento pelo qual a América Latina passa. Três golpes de Estado: Honduras, Paraguai e Brasil. Tentativas de desestabilização de governos eleitos constitucionalmente na Venezuela, no Equador e na Bolívia. Foram muitos os avanços obtidos ao longo de mais de uma década de governos progressistas, mas a direita se fortaleceu e a esquerda uma vez mais deve estar pronta para a luta. “Até a vitória, sempre”, talvez dissesse.