Moro muda condição de Barusco de réu para testemunha na Lava Jato

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, suspendeu a tramitação do processo contra o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores da Lava Jato, referente à 23ª fase da operação tirando ele da condição de réu confesso colocando-o como testemunha de acusação.

Pedro Barusco

A decisão de suspender a ação contra Barusco é baseada na delação premiada acordada com o Ministério Público Federal (MPF). Com isso, ele pode ser condenado a no máximo 15 anos de prisão. As penas contra ele já somam mais 18 anos de prisão.

“Como a presente ação penal já foi proposta e recebida, suspendo o trâmite da ação penal em relação a Pedro José Barusco Filho, e, igualmente, defiro a sua oitiva na qualidade de testemunha de acusação”, afirmou Moro no despacho.

Barusco foi uma dos delatores que afirmou que começou a receber propina num esquema montado desde 1997, ou seja, durante o governo do PSDB de Fernando Henrique Cardoso.

Nessa nova condição, Barusco será ouvido na sexta-feira (17). A Operação Lava Jato recuperou R$ 545,9 milhões por meio de acordos de colaboração premiada. Apenas Barusco, de acordo com o próprio MPF, foi responsável pela devolução de nada menos R$ 182 milhões.

Em mais de dois anos de investigação, esta foi a primeira vez que Moro concedeu tal condição. Em situações semelhantes, Moro condenava o réu delator, mas explicava que a pena não seria aplicada em virtude dos termos da delação premiada.