Petroleiros do RN cruzam os braços no dia 10 de junho contra o golpe

José Araújo, coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (RN), confirmou a adesão ao dia 10 e informou que a mobilização dos trabalhadores pretende atingir 10 mil pessoas, entre petroleiros e população que circula nos pólos de produção. Até esta quarta-feira (8) acontecem assembleias da categoria pelo Brasil para decidir a participação nos atos contra o governo provisório de Michel Temer e em defesa dos direitos sociais e dos trabalhadores.

Por Railídia Carvalho

Petroleiros do polo de guamaré paralisam contra o golpe - SindipetroRN

O Rio Grande do Norte é o estado que lidera a extração de petróleo em terra no Brasil, que é realizada nas cidades de Mossoró, Alto do Rodrigues e Guamaré.

A mobilização dos petroleiros acontecerá nesses locais, iniciando nesta quarta-feira (8). A ideia é que a movimentação antecipada fortaleça o dia de luta contra o golpe na sexta-feira (10).

“Quando para Mossoró repercute na televisão mas em áreas mais afastadas não. O objetivo de realizar em todos os pólos de produção é garantir que a denúncia do golpe chegue ao trabalhador que ainda é muito influenciado pela rede Globo”, esclareceu José.

Petroleiros mobilizados

No dia 10 de maio, os petroleiros do Rio Grande do Norte também participaram dos atos em defesa da democracia em uma paralisação que atingiu as plataformas marítimas no estado que são ao todo 27 unidades. 
Segundo José, a produção não parou mas os trabalhadores cruzaram os braços durante a manhã. No horário de trabalho foram realizados debates sobre os impactos das medidas do governo golpista contra os petroleiros e os trabalhadores em geral.
O fim da Petrobras

Entre as prioridades do interino Michel Temer estão a aprovação da abertura da exploração do pré-sal para o capital estrangeiro. A prática neoliberal tucana voltou a se instalar na Petrobras com a posse de Pedro Parente, denunciada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). A entidade cobrou explicações do Conselho de Administração da empresa que endossou o nome de Parente. 
José Araújo avaliou que é fundamental a presença do Sindipetro esclarecendo o trabalhador. “Há um mês atrás o pessoal estava meio em dúvida mas com a divulgação da gravação do Sérgio Machado ficou claro que o objetivo do impeachment era parar a Lava Jato. Ficou mais fácil de argumentar contra o golpe”, disse.

Retrocessos nos direitos do povo

O dirigente lembrou ainda que o objetivo do governo golpista é acabar com os direitos sociais e com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 
“É um governo que quer acabar com a Previdência, cortar os recursos para as políticas de saúde e educação e enfraquecer a Petrobras. O trabalhador precisa ser alertado do que significa o golpe”, argumentou Araújo.
Os petroleiros dos pólos próximos a capital potiguar se juntarão aos movimentos sociais no ato de sexta-feira em Natal que está sendo coordenado em todo o Brasil pelas Frentes Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.

Segundo Araújo, a orientação de paralisação da FUP deve ser aprovada pelos petroleiros do Ceará, Piauí, Bahia e Pernambuco, que unidos aos petroleiros do Rio Grande do Norte, devem somar um público total de 50 mil trabalhadores de braços cruzados.

"Quando o trabalhador compreender que ele é que produz a riqueza nacional. Muitos ainda tem a visão de que o emprego é um favor que o empregador faz a ele. A nossa luta é fazer com que esse trabalhador tenha essa compreensão é que se ele cruzar os braços vai influenciar nos destinos do país e melhorar a sua condição de vida", ressaltou Araújo.