Temer fura pato da Fiesp: CPMF não está descartada

Dessa vez nem precisou da atuação dos jovens aguerridos da UJS para murchar o pato inflável da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT Brasil, nesta quinta-feira (2), Michel Temer, que ocupa provisoriamente a presidência, afirmou que a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) pode voltar, assim como outros impostos podem aumentar.

Por Dayane Santos

Pato murcho da Fiesp - Reprodução/Facebook

A declaração rasga o pato da Fiesp porque a entidade de representação dos patrões foi um dos financiadores do golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, que, sob o pretexto de repelir o aumento dos impostos, lançou a campanha “Não vou pagar o pato”, juntamente com materiais de campanha “Impeachment já”. A campanha ganhou os principais jornais do país e inserções em rádio e TV, além de um pato inflável gigante e centenas de “patinhos” que eram distribuídos e instalados em todo o país.

Na entrevista, Temer disse que a CPMF pode voltar. “Descartado não está, mas eu espero evitá-los. Se for possível evitar a imposição de impostos, eu farei. Evidentemente eu estou dependendo dos cálculos que a equipe econômica está fazendo”, disse.

E completou: “Se vier, e veja estou colocando no condicional, a primeira afirmação é que tentaremos evitar, mas se vier, terá que ser necessariamente temporária”.

Ele disse também que o limite de idade para a aposentadoria poderá aumentar. “Ou a Previdência Social tem de ser reformulada, ou então todos os pensionistas sofrerão”, disse.

E completou: “Se o prazo é de 35 anos, talvez quem tenha, sei lá, 15, 20 anos [de contribuição] tenha que contribuir mais um ano, por exemplo. Mas isso é benefício do próprio cidadão”.