Brasil será auto-suficiente em gás até 2009, diz Petrobras

"Temos um conjunto de ações para garantir essa independência: avanço na produção brasileira; uso do GNL para demanda interruptível (térmicas); uso de etanol nas térmicas; mudança do gás natural industrial por GLP e óleo combustível, e uma série de ações para sermos independentes da importação", afirmou Gabrielli após palestra na Câmara Britânica. Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também garantiu, no seu programa semanal de rádio, que o Brasil vai produzir, até 2008, praticamente todo o volume atualmente importado da Bolívia – hoje 24 milhões de metros cúbicos – país que nacionalizou suas reservas de gás e petróleo no início do mês.

Gabrielli informou ainda que a empresa decidiu iniciar a licitação para duas plantas de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL), que devem ficar localizadas em navios ancorados provavelmente no Rio de Janeiro e no Ceará. "Já decidimos iniciar o processo licitatório dos navios, a planta física em terra está descartada", disse o executivo. A aceleração da produção de gás natural pela Petrobras no Brasil, visando a reduzir a dependência do gás boliviano, vai levar a estatal a fretar dois navios para a bacia do Espírito Santo, assim como construir um gasoduto ligando Cabiúnas (ES) ao Rio de Janeiro, para escoar essa produção. Segundo Gabrielli, a capacidade de produção do navio que deverá ficar ancorado no Rio de Janeiro será de 12 a 14 milhões de metros cúbicos diários, e a do Ceará, de 6 milhões de metros cúbicos diários. O uso desse combustível no entanto será apenas para atender demandas extraordinárias, observou.

Sobre a construção de um novo gasoduto ligando o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, o presidente da Petrobras não falou em valores, mas informou que a infra-estrutura atual tem uma capacidade para transportar ao dia apenas 3,5 milhões de metros cúbicos, sendo que a previsão é de que até 2008 a produção no Espirito Santo cresça para 22,7 milhões de metros cúbicos por dia. No País, a projeção é de produção de 24,2 milhões de metros cúbicos de gás. "Precisamos de um reforço entre Cabiúnas e a Reduc (Refinaria Duque de Caxias), que é para onde vai esse gás. Depois, ele será distribuído para o Sudeste", informou. "O gasoduto Rio-Campinas deve estar concluído até o final do ano para escoar essa produção", complementou, sobre um gasoduto que já está em construção.

Com agências