Sindicatos da Força repelem apoio de Paulinho ao arrocho de Temer

Sob o comando do deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), a Força Sindical divulgou nota de apoio ao amplo conjunto de medidas do governo provisório de Michel Temer.

Paulinho da Força

Notório aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e das manobras pelo golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, Paulinho assinou a nota que classifica as propostas como "extremamente positivas”.

Entre as medidas propostas inclui-se desvincular benefícios previdenciários do salário mínimo, com arrocho na renda e a reforma da Previdência, mexendo com os atuais segurados.

“Entendemos que as medidas são duras, mas necessárias”, afirma a nota assinada pelo Paulinho, dizendo que o diálogo será fundamental.

Mas pelo jeito, Paulinho não conta com apoio de sua própria base nessa avaliação. A Força Sindical Estadual do Paraná rechaçou a posição da Força Nacional e salientaram que tal posição não reflete o pensamento dos sindicatos filiados à central. Segundo nota, em nenhum momento as entidades filiadas foram consultadas.

"Causa-nos estranheza que a nota elogia as medidas sem levar em conta os riscos maléficos que tais propostas podem causar nas áreas da saúde e educação ao desobrigar o Estado a cumprir o investimento mínimo como determina a Constituição Federal", diz a nota de Força Paraná.

Já Miguel Torres, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e vice-presidente nacional da central, criticou as medidas em artigo publicado em site da entidade. Para ele, a “reforma da Previdência” proposta por Temer com “imposição de idade mínima de 65 anos pra aposentadoria, aumento do tempo de contribuição para 40 anos e desvinculação dos benefícios da Previdência do salário mínimo é jogar milhões de trabalhadores brasileiros num futuro incerto”, disse Torres.