Alunos ocupam escola do Mato Grosso contra a privatização do ensino

Contra o projeto de privatização do ensino estadual imposto pelo governador Pedro Taques (PSDB), na noite do último domingo (22), estudantes ocuparam a escola Elmaz Gattas Monteiro, em Várzea Grande (MT). O primeiro colégio ocupado pelos mato-grossenses já reúne 130 secundaristas da cidade e da capital.

Estudantes ocupam escola do Mato Grosso contra a privatização do ensino

A ocupação, que pede a apuração das denúncias de superfaturamento na compra das merendas escolares, também protesta contra corrupção no governo e pressiona pela abertura imediata de uma CPI. Atualmente, a Secretaria de Educação está sob investigação por suposto envolvimento em esquema de propina que, segundo a “Operação Rêmora”, há indícios de desvios de R$ 56 milhões na realização de obras de reforma e construção de escolas.

Professores em luta 

Nesta segunda-feira (23), durante a Assembleia do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público do Mato Grosso (Sintep/MT), os profissionais da educação também denunciaram os ataques que a educação sofre no estado, deflagrando greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (31).

“Estudantes e professores estarão juntos ocupando suas escolas, indo às ruas para defender uma educação integralmente pública”, afirmou o presidente da Associação Mato-grossense dos Estudantes Secundaristas (AME), Juarez França.

Não à privatização 

Sem consultar a comunidade escolar, no último dia 12, o governo publicou edital para parceria público-privada (PPP) para projeto, construção, reforma, ampliação, manutenção, gestão e operacionalização de serviços não pedagógicos de 76 escolas estaduais e 15 Centros de Formação e Aperfeiçoamento Profissional (Cefapros). “Nós não podemos dar mais tempo para o governador atuar, ele vem assinando contratos que podem comprometer a educação do nosso estado para os próximos 35 anos”, explicou Juarez em Carta dos Estudantes da Ocupação.