Felipe Iturrieta: Mata-Mata na Europa

FA Cup (Inglaterra)
Depois de gastar uma fortuna com reforços encomendados pelo treinador-estrela Louis van Gaal durante as últimas temporadas, o Manchester United finalmente venceu uma competição desde a saída do lendário Alex Ferguson. A vitória (sofrida) sobre o Crystal Palace não foi o suficiente para salvar o técnico holandês. Ele já foi demitido, e tudo indica que José Mourinho assumirá o cargo em breve.

Copa del Rey (Espanha)
Após serem eliminados na semi-final da Liga dos Campeões, os jogadores do Barcelona, tão acostumados a troféus, não falharam mais e levaram os títulos do campeonato nacional e da Copa del Rey numa final interessante jogada contra o Sevilha. Até aí, nada de novo – surpresa seria se não víssemos Barcelona ou Real Madrid vencendo, mas vale notar que o Sevilha, apesar de seu time modesto (comparado aos adversários com quem frequentemente deve jogar) além de ter jogado a final da copa, chegou ao seu terceiro título consecutivo na Liga Europa (um feito, tendo batido o Liverpool na final).

DFB-Pokal (Alemanha)
Assim como nas competições mencionadas acima, "deu a lógica" com a derrota do Borussia Dortmund contra o estrelado Bayern de Munique, que, como o Barcelona, após a eliminação da principal competição continental, garantiu os títulos de copa e campeonato nacionais. Guardiola, que foi contratado com a Liga dos Campeões em mente, deixa o clube com gosto de derrota, apesar de ter vencido duas copas e três campeonatos, exatamente por não ter vencido a competição internacional. Guardiola será o novo técnico do Manchester City a partir da próxima temporada.

Coppa Italia
A Juventus do mítico Buffon continua vencendo competições importantes e se estabeleceu novamente como principal potência italiana, deixando Milan e Inter para trás, fazendo com que os títulos das quatro principais copas fossem para os óbvios favoritos.

Mas a Copa da Itália ofereceu uma grata surpresa, que, ao meu ver, é a grande vantagem do formato desse tipo de competição: o Alessandria, da série B2, chegou à semi-final, tendo batido importantes clubes da primeira divisão durante a competição. Em campanhas como essas surgem heróis e craques que de outra forma estariam condenados a anos de anonimato nas divisões inferiores. Surgem equipes que mostram que a união e a garra podem elevar um clube a alturas inesperadas. É por essas e outras que prefiro as copas: há margem para a superação e o coração, que infelizmente, fazem falta em muitos campeonatos de ponto corrido ao redor do mundo.