Damous: Áudio mostra que isso não é um governo, é uma quadrilha

Para deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), diante da gravidade do teor das conversas entre o ministro do Planejamento Romero Jucá – agora licenciado – e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, "se a maioria do Senado tiver um mínimo de dignidade, vota logo o mérito desse processo [de impeachment] e devolve a cadeira que é de direito da presidenta Dilma". De acordo com ele, o áudio expõe que o golpe foi dado para "institucionalizar a corrupção".  

Wadih Damous deputado federal PT-RJ

Na sua opinião, o teor do áudio do ministro do Planejamento, Romero Jucá, é mais grave do que o revelado em novembro de 2015, do ex-senador Delcídio do Amaral.

“Esse governo, na verdade, não é um governo, é uma quadrilha. O país foi tomado de assalto por uma quadrilha. Esses áudios só mostram isso. Foi dado um golpe e vieram para institucionalizar a corrupção. É um bando de salteadores que se apresentou ao pais como aqueles que queriam salvar o país da corrupção, mas na verdade estão mergulhando o país mais fundo no poço da corrupção”, diz.

Segundo ele, Delcídio do Amaral, "na sua bravata", dizia que queria subornar uma testemunha, já o Jucá diz que queria parar a Lava Jato toda, pelo menos em relação aos investigados do PMDB. "O que chama a atenção também é que, ao que parece, esse áudio já estava à disposição do procurador-geral da República, e eu fico imaginando se fosse alguma liderança do PT protagonizando isso, já teria vazado há muito tempo", afirma Damous, com uma ressalva: “Não que eu passe a defender vazamentos. Eu sou contra vazamentos. O que ocorre é que há uma seletividade nos vazamentos”.

Para Damous, diante da revelação do áudio pela Folha de S.Paulo, cabe ao Senado reavaliar o processo do impeachment, no mérito. “Se a maioria do Senado tiver um mínimo de dignidade, vota logo o mérito desse processo e devolve a cadeira que é de direito da presidenta Dilma, que foi eleita por 54 milhões de votos”, diz o deputado, que é suplente e retomou o mandato após licença médica de Benedita da Silva (PT-RJ).