Caetano em show protesto: "O MinC é nosso, é do povo brasileiro"

Diversos shows ocorreram nesta sexta-feira (20) na ocupação no prédio do Ministério da Cultura (MinC), no Rio de Janeiro. Caetano Veloso, Erasmo Carlos, Seu Jorge, Teresa Cristina, entre outros artistas registraram presença no palco que foi montado no Palácio Gustavo Capanema, para dizer não à medida do governo ilegítimo Temer em extinguir o MinC.

Caetano em show protesto: "O MinC é nosso, é do povo brasileiro" - G1

"O MinC é nosso, é do povo brasileiro", disse Caetano, que executou algumas de suas canções que se consagraram como símbolo de desagravo à ditadura militar, como "Alegria, Alegria".

Caetano passeou por muitos de seus sucessos, como "Força Estranha", "Um Índio", "Terra", "Odara", "Qualquer Coisa", "Tropicália", "Tieta", "Desde que o Samba é Samba" e o recente "Abraçaço", que o fez lembrar do primeiro dia de ocupação do prédio da Funarte. "Quando o Capanema foi abraçado [na segunda-feira], aquilo foi um abraçaço", disse.

O cantor também convidou ao palco o cantor Seu Jorge, com quem cantou "Luz do Sol". Em seguida, o cantor fluminense embalou o público com alguns de seus sucessos, incluindo a expressiva "Zé do Caroço", música de Leci Brandão.

Os artistas mantêm a ocupação desde a última segunda-feira (16) em protesto contra a extinção do Ministério da Cultura pelo governo golpista Michel Temer (PMDB). Na quinta-feira (19), o cantor Lenine já fez show na ocupação. Durante a semana, Otto e Arnaldo Antunes também fizeram apresentações.

Em todo o Brasil, já são 18 ocupações contra a extinção do Ministério da Cultura.

A ocupação também divulgou manifesto em que afirma não reconhecer o governo de Michel Temer e exigindo a deposição do vice-presidente golpista. Segundo o movimento, o golpista está causando o desmonte de um setor importante do Estado brasileiro e que envolve direitos essenciais.

“A extinção do Ministério da Cultura significa e simboliza não só a perda dos direitos dos trabalhadores da Cultura, conquistados em uma longa história de lutas e desafios, mas também a perda dos direitos de cidadania do povo brasileiro, garantidos pela Constituição de 88”, afirma um trecho do manifesto.