Deputados criticam retrocessos e recuos de Michel Temer 

As primeiras medidas anunciadas pelo presidente ilegítimo Michel Temer foram alvo de fortes críticas na Câmara e no Senado, esta semana. A declaração do ministro interino da Saúde, Ricardo Barros, sobre a necessidade de reduzir o tamanho do Sistema Único de Saúde (SUS) e possível recriação de CPMF forma os maiores alvos das críticas.  

Deputados criticam retrocessos e recuos de Michel Temer - Agência Câmara

A avaliação do líder da Rede, deputado Alessandro Molon (RJ), é que as primeiras medidas anunciadas vão cortar direitos sociais. “São muitos retrocessos e muitos recuos”, disse o deputado, referindo-se a declarações de ministros desmentidas por Temer. Molon criticou cortes em políticas sociais da área de Educação, a extinção do Ministério da Cultura, e a falta de mulheres no primeiro escalão governista.

“No fundo, nós começamos a ver o que isso está representando em termos de perdas para a população brasileira, em especial para a mais sofrida, em especial para a mais pobre”, condenou.

Já o deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA) criticou os cortes no Programa Minha Casa, Minha Vida, anunciado pelo novo ministro das Cidades, Bruno Araújo. “Este foi o primeiro corte efetivo em programas sociais realizado pelo governo de Michel Temer, que até ontem anunciava que não tocaria nos recursos para programas sociais”, criticou.

A atuação do Ministério das Relações Exteriores, comandado por José Serra, também foi alvo de críticas. A decisão de Serra de conceder passaporte diplomático para o pastor da Assembleia de Deus Samuel Pereira, foi uma das atitudes do ministro interino condenada pelos parlamentares.

Proteção aos acusados

O líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), indagou sobre o critério para a concessão do privilégio ao pastor e a esposa dele: “Qual foi a razão para uma das primeiras medidas do ministro das Relações Exteriores ser a concessão de passaporte diplomático a um acusado na Operação Lava-Jato? Querem proteger — só pode ser essa a leitura — aqueles que estão denunciados na Lava-Jato”, questionou.

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) também chamou atenção para o fato de o pastor beneficiado ser citado pela Operação Lava Jato. “Um representante da Assembleia de Deus, citado na Operação Lava Jato, acusado de lavagem de dinheiro agora ganhou o passaporte pelos relevantes serviços que pode prestar ao País no mundo inteiro”, ironizou.