Macri veta lei e mantém onda de demissões na Argentina

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, vetou a Lei Anti-Demissões proposta pelo Congresso Nacional para barrar a onda de demissões que já deixou mais de 130 mil pessoas sem emprego desde que ele assumiu a presidência, em dezembro passado. A lei foi aprovada pelos deputados com 147 votos a favor, 3 contra e 88 abstenções.

Mauricio Macri - Reprodução

Em um discurso na tarde desta quinta-feira (19), Macri ironizou o nome da lei e a chamou de “Lei Anti-empregos” e afirmou que este projeto é “contra os argentinos”. Uma das principais propostas de campanha do presidente era de “criar empregos para todos”, no entanto, o que está acontecendo desde que ele assumiu é exatamente o oposto.

Para Macri, o projeto de lei apresentado pelo congresso pretende “travar o progresso” e não permite “o país avançar”. “Escutando e dialogando é a forma, creiam em mim, não há outra forma. Este é o caminho e por isso hoje eu veto a lei ‘anti-emprego’, uma lei contra os argentinos, uma lei que demonstra que não confiamos em nosso futuro”, afirmou o presidente.

Segundo Macri, muitas empresas estrangeiras pensam em investir na Argentina e outras garantiram que não vão demitir trabalhadores pelos próximos 90 dias. Com propostas de abrir o país para o capital externo e reduzir o Estado, a sensação que se tem, com a onda de demissões, é que o presidente tratou de criar um exército de reserva para provar que o país tem mão-de-obra barata de sobra.

Ele garante que vetou a lei para “garantir que os argentinos tenham mais oportunidades”. E afirmou que esta mudança é o eixo central para o país caminhar rumo à “pobreza zero”. Esqueceu de mencionar, porém, que o poder de compra dos mais pobres já caiu cerca de 30% em apenas 5 meses.