Lu Castro: Até a Fifa

A Fifa completará 112 anos no próximo dia 21 de maio. A entidade com protagonismo masculino durante maior parte de sua existência, elegeu no último dia 12, a primeira mulher para um de seus cargos mais importantes. A senegalesa Fatma Samba Diouf Samoura, de 54 anos e com 21 anos de ONU, é a nova secretária geral da Fifa.

Por Lu Castro*  

A senegalesa Fatma Samba Diouf Samoura, 54, secretária-geral da Fifa, é a primeira mulher na história a ocupar este cargo.

Isso nos diz muita coisa sobre a necessidade de inserção das mulheres em cargos diretivos, de poder, que nos represente.

Até mesmo a conservadora Conmebol tem eleito mulheres para cargos mais protagonistas que coadjuvantes. A equatoriana María Sol Muñoz foi eleita como sua representante ante o Conselho da Fifa.

Por aqui, a agenda conservadora golpista vem nos atacando nas necessidades mais elementares de inclusão e representatividade. A extinção do Ministério das Mulheres, Direitos Humanos, Cultura e até mesmo a CGU, dá o tom do tipo de conversa que o governo interino quer ter conosco: o cale-se, a invisibilidade.

Não bastasse limar a participação de mulheres e negros em seu “novo” ministério e fechar pastas imprescindíveis, o não reconhecido interino planeja dar à TV Brasil caráter de Rádio Nacional. Com a intenção de mostrar as “super” atividades do seu não reconhecido projeto, corremos o risco de perder a transmissão dos jogos de futebol feminino.

A modalidade, que já carece de mais espaços na mídia, perderá uma importante porta voz e voltará a depender exclusivamente dos canais fechados ou das tv’s com concessão deste não reconhecido governo.

Gostaria de ter parâmetros mais positivos para escrever, mas vivemos tempos de exceção.

A decisão da Fifa de eleger uma mulher, negra, para seu segundo cargo mais importante em quase 112 anos de existência, nos diz muito do quanto o mundo precisa entender que todos devem se sentir representados em todas as esferas.

Se a entidade, até então a mais conservadora do planeta, abraçou a diversidade, não podemos aceitar que no “país do futebol” e com mais de 200 milhões de habitantes e uma diversidade incrível e maravilhosa, conceda espaço para pautas restritivas, conservadoras e preconceituosas.

Nenhum direito a menos!