Manuela D'Ávila: "As urnas foram golpeadas"

Em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a deputada estadual Manuella D'Ávila, nesta quinta-feira (12), manifestou o rechaço ao ilegítimo gabinete dos sem voto que tomou posse após a votação do Senado que decidiu pelo afastamento da presidenta Dilma Rousseff.

Manuela D Ávila - Reprodução

A deputada classificou a votação como resultado da "raiva" da direita conservadoras pelas conquintas garantias pelo povo nos últimos 13 anos. "Foi o dia da raiva que eles construíram pelas nossa conquistas", rebateu. "Na democracia quem decide é o povo. E decide nas urnas. E não foi a primeira madrugada triste. Já tivemos outras. E assim como na última em que a democracia foi calada e Tancredo Neves – que deve se envergonhar de sua descendência -, gritou "canalhas, canalhas, canalhas!¹, nós gritaremos: golpistas, golpistas golpistas! ", enfatizou Manuela.

Para a deputada comunista, o gabinete de Michel Temer é golpista porque se delega "ao direito de falar pelo povo que se manifesta na democracia através das urnas".

Manuela sublinhou que Eliseu Padilha, nomeado ministro chefe da Casa Civil, já anunciou os objetivos de seu governo. "A reforma trabalhista. E o que é 'reforma trabalhista' senão a retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. É isso que estava em jogo o tempo inteiro", completou.

Ela lembrou que o golpismo se revela de diversas formas na história do país. "Em 1964, o Supremo Tribunal Federal e mídia estavam aliançados ao golpe de estado. Não gostam de ser lembrados que foi o Supremo que mandou Olga Benário ser executada na Alemanha. E por quê? Porque era "ameaça comunista". E porque a ditadura militar construída com a solidariedade do Poder Judiciário e da mídia? "Ameaça comunista. Por que hoje golpe modernizado, televisionado, institucionalizado? Pela ameaça que a esquerda representa", destacou.