Morre Waldemar Rossi, militante histórico do movimento operário

O sindicalista Waldemar Rossi sentiu na pele os mecanismos da ditadura militar no Brasil. Falecido nesta quarta-feira (4), em São Paulo, com 82 anos, ele deixa o nome marcado na história da luta dos trabalhadores no país. Vital Nolasco, secretário sindical do Partido Comunista do Brasil de São Paulo (PCdoB-SP), contemporâneo de Waldemar e que também vivenciou as barbáries daquele período, definiu o metalúrgico como “um líder nato”. 

Waldemar Rossi, lider operário - NPC/Reprodução

“Na última vez que nos encontramos há um ano ele se negava a pedir anistia porque dizia que não era criminoso”, relembrou Vital ao Portal Vermelho, horas depois de ter comparecido ao velório de Waldemar. Os dois militaram juntos contra a ditadura por mais de dez anos.

“Era ele e o Aurélio (líder comunista Aurélio Peres). Teve uma ocasião que não deu para unificar as chapas de oposição ao grupo da ditadura no sindicato dos metalúrgicos de São Paulo e então concorremos com duas chapas. Waldemar na chapa 2 e nós na chapa 3”, contou Vital.
 
Integrante da oposição sindical metalúrgica de São Paulo, que combatia o regime militar no Brasil, Waldemar foi um dos operários mais visados pela ditadura, que se infiltrou no dia a dia do movimento de trabalhadores.

Militou na Juventude Operária Católica e Pastoral Operária e contribuiu para a fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Partido dos Trabalhadores (PT).
 

“Waldemar é um dos exemplos de lideranças incansáveis na luta pelos direitos dos trabalhadores”, divulgou nota do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e região.