Luto e lutarei contra esse processo fraudulento, diz Dilma

Em cerimônia para o lançamento do Plano Safra 2016/2017, nesta quarta-feira (4), a presidenta Dilma Rousseff falou sobre o o processo de impeachment que enfrenta no Senado, classificando como um processo “frágil e fraudulento”.

Dilma Rousseff - Agência Brasil

"Luto e lutarei em todas as instâncias e com todos os instrumentos possíveis porque tenho a tranquilidade de não ter cometido crime de responsabilidade", reafirmou.

Dilma defendeu o suporte dado pelo governo federal para a execução de ações que possam ajudar os setores agrícola e agropecuário brasileiros. Segundo ela, as últimas seis edições do Plano Safra disponibilizaram cerca de R$ 900 bilhões aos produtores, com uma subvenção de R$ 43,3 bilhões.

“Subvenções estratégicas, porque sem elas o produtor não consegue tomar um empréstimo e executar, naquele contexto econômico, os seus investimentos e seu custeios”, explicou a presidenta. Produtores terão crédito recorde de R$ 202,8 bilhões no Plano Safra 2016/2017.

Esse apoio, segundo a presidenta, gerou um retorno no período de aproximadamente R$ 2 trilhões para a economia nacional, considerando apenas o apoio dado para a agricultura comercial. “Essa conta sintetiza o que a agricultura é capaz de retornar para o Brasil”, analisou.

Dilma ponderou que o apoio realizado através do Plano Safra acaba sendo disseminado em toda a economia, gerando efeitos positivos para diversos setores, como nas exportações e no próprio Produto Interno Bruto.

Plano

Um dos destaques é o crescimento de 20% dos recursos para custeio e comercialização a juros controlados. A modalidade contará com R$ 115,8 bilhões. Os juros foram ajustados sem comprometer a capacidade de pagamento do produtor, com taxas que variam de 8,5% a 12% ao ano.

Os agricultores de médio porte tiveram prioridade. Os recursos de custeio para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) cresceram 15,4% e alcançaram R$ 15,7 bilhões, com juros anuais de 8,5%.

A oferta de crédito agrícola tem crescido a cada safra, demonstrando o potencial e a confiança dos produtores no setor. Somente nos últimos cinco anos, os recursos do Plano Agrícola aumentaram 89%, somando R$ 905,1 bilhões no acumulado do período. Saltou de R$ 107,2 bilhões na safra 2011/2012 para R$ 202,88 bilhões na atual.

Inovações

Dilma também aproveitou o evento para destacar os avanços tecnológicos e de inovação obtidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que ajudam diversos produtores em todo o país.

“Por isso, ao lançar hoje o Plano Safra 2016/2017, nós continuamos dando um passo no reforço do fortalecimento e no reconhecimento dessa atividade no Brasil”, afirmou Dilma.

O plano traz diversas inovações aos anteriores. Na pecuária de corte, a aquisição de animais para recria e engorda deixa de ser considerada investimento e passa para a modalidade de custeio. A mudança vai proporcionar ao produtor mais recursos e agilidade na contratação do crédito.

O Programa de Modernização à Irrigação (Moderinfra) prevê incentivos à aquisição de painéis solares e caldeiras para geração de energia autônoma em cultivos irrigados.

Para o café, o novo plano aumentou o limite para financiamento de estruturas de secagem e beneficiamento no Moderfrota. Por sua vez, no Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), o governo pretende incentivar o plantio na Amazônia de açaí, dendê e cacau.

Outra novidade é que o Ministério da Agricultura negociou com os bancos a emissão de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) para os produtores a juros controlados.

Nos planos anteriores, não havia essa opção. Os juros eram livres e, consequentemente, menos atrativos ao setor produtivo. Além disso, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), emitidos por empresas que desejam atrair investidores, poderão ser corrigidos em moeda estrangeira desde que lastreados na mesma condição.

O Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 entra em vigor no dia primeiro de julho deste ano e se estende até 30 de junho de 2017.