Ex-premiê da Ucrânia: Kiev esconde a verdade sobre massacre de Odessa

O ex-premiê da Ucrânia Nikolai Azarov declarou que as autoridades ucranianas não querem revelar informação fidedigna sobre os detalhes da tragédia de 2 de maio de Odessa.

Uma mulher chora em Odessa, na Ucrânia, onde mais de 50 pessoas morreram tentando escapar durante confrontos

Azarov acusou Kiev de querer esconder a verdade sobre a tragédia de Odessa, afirmando que a Alemanha, França, Reino Unido e os Estados Unidos silenciam este fato.

"É claro que o regime de Kiev faz tudo o que pode para esconder do povo ucraniano, e também de todo mundo, a verdade sobre esta tragédia de escala planetária. Mas não está claro por que razão o governo dos EUA, da Alemanha, França, Reino Unido e de outros países, que se proclamam civilizados e democráticos, silenciam este crime", escreveu Azarov no seu perfil no Facebook.

Azarov, que exerceu o cargo de chefe do Gabinete de ministros da Ucrânia desde março de 2010 até 28 de janeiro de 2014, data em que se demitiu devido à crise causada por protestos em massa dos apoiantes da integração europeia, descontentes com a não assinatura do acordo de associação da Ucrânia com a União Europeia.

Agora, o ex-primeiro-ministro está fora da Ucrânia. Ele deixou o país depois do golpe de Estado em 2014, durante o qual o presidente Viktor Ianukovitch foi afastado do poder. As novas autoridades abriram uma série dos processos penais contra ex-responsáveis. Azarov, em particular, foi acusado de abuso de poder.

Em 2 de maio de 2014, dezenas de ativistas do movimento de protesto contra o golpe ocorrido em Kiev e o novo governo pró-europeu da Ucrânia morreram no edifício da Casa dos Sindicatos de Odessa, que supostamente teria sido incendiado por extremistas radicais do Setor Direita e seus cúmplices. Segundo os dados oficiais, a tragédia provocou 48 mortes e mais de 250 feridos.