Cid Gomes cita Teori, Janot e Moro e cria nova polêmica

Mais uma vez o ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), foi alvo da imprensa ao fazer declarações polêmicas. Ele foi gravado por um de seus "amigos" em sua festa de aniversário, comemorado em sua cidade natal, Sobral (CE), neste sábado (30). No áudio, "vazado" para jornalistas, Cid teria dito que, se o nome dele surgir entre os investigados da Lava Jato,  Teori Zavascki é "corno", Janot, é "ladrão" e Sérgio Moro é "picareta".

Cid Gomes - Foto: Gustavo Miranda / O Globo

“Por ter minha consciência tranquila, sou capaz de falar mal do ministro Teori Zavascki. Eu digo: ‘ministro, o senhor é corno, se eu tiver nessa operação’. Veja bem, eu tenho tanta segurança de que não estou nisso que, se estiver, o ministro Teori é corno, o Janot é ladrão, e o [juiz Sergio] Moro é um picareta”.

Neste domingo (1º/5), o ex-governador disse que não está arrependido da declaração, pois não teria ofendido as autoridades citadas, Cid Gomes disse que sua fala ocorreu “num ambiente íntimo, cercado de amigos, para quem estava tentando ser didático”.

“Quero terminar meus dias com dignidade. Ninguém é besta, não fiz fortuna. Se eu roubasse 0,01% dos recursos que já tiveram sob minha gestão ao longo da minha vida, eu teria patrimônio de pelo menos R$ 300 milhões”, afirmou.

“Eu não falei nada. Como não estou (envolvido), nem o Teori é corno nem o Moro é ladrão nem o Janot é desonesto”, comentou.

O ex-governador foi alvo de especulações ao aparecer numa lista apreendida pela Operação Lava Jato na sede da Odebrecht , ao lado do valor de R$ 200 mil e do codinome “falso”.

Polêmico

Cid Gomes já foi governador do Ceará por dois mandatos e foi ainda ministro da Educação do governo Dilma Rousseff até março de 2015, quando levantou outra polêmica ao declarar em uma Universidade que os deputados federais são "achacadores" do governo. "Tem lá uns 400, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais, dele, aprovarem as emendas impositivas".

O então ministro reafirmou o que tinha dito no alto da tribuna no Plenário da Câmara dos Deputados. E também mencionou indiretamente o PMDB de Michel Temer e Cunha: "Partidos de oposição têm o dever, o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso. Saiam do governo, vão para a oposição", disse Cid Gomes à epoca. No outro dia, o ministro pediu demissão.

Citado pela grande mídia como "homem que não mede palavras", as declarações de Cid Gomes quando ministro reforçam apenas o cenário político configurado agora. Com a liderança dos peemedebistas Michel Temer e Eduardo Cunha, à frente de um golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.