Senadoras criticam Temer: governo com a marca da ilegitimidade 

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) criticou o comportamento do vice-presidente Michel Temer, alegando que ele já está montando um governo e tentando interferir na pauta do Congresso Nacional antes da conclusão do processo de impedimento contra a presidenta Dilma Rousseff. Também a senadora Ângela Portela (PT-RR) criticou a postura de Temer, destacando que um eventual governo dele já nasceria com "a marca da ilegitimidade.” 

Senadoras criticam Temer: governo com a marca da ilegitimidade - Agência Senado

Em discurso no Plenário, nesta quinta-feira (28), as parlamentares denunciaram a existência de acordos para salvar o mandato do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Câmara e levar ao poder o vice-presidente Michel Temer com a aprovação do impeachment da presidenta Dilma.

“Estão usando uma crise econômica para arrancar do poder uma presidente legitimamente eleita. E vão parar com a Lava Jato também. Aliás, já estão parando. Não tenho ouvido noticias dela nos últimos dias”, alertou Vanessa Grazziotin.

A senadora aproveitou para mandar um recado ao relator da Comissão Especial do Impeachment, Antonio Anastasia (PSDB-MG), que também praticou “pedaladas fiscais” quando foi governador de Minas: “O senhor terá que explicar muito bem o que é e como se faz para driblar as pedaladas fiscais”, alfinetou.

Rapidez na Lava-Jato

Ângela Portela manifestou a esperança de que a Operação Lava Jato ande rapidamente "antes que essas figuras tomem de assalto o poder e, de posse dele, tenham condições de dificultar as investigações". Segundo ela, o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, anunciou que os recursos para a continuidade da Lava Jato estão assegurados.

A senadora disse não acreditar que os responsáveis pela Lava Jato estejam satisfeitos com o que conseguiram até agora. Por isso, ela afirmou que continua acreditando na seriedade do trabalho da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público.

“Nunca é demais lembrar que é esse o sentimento também da presidenta Dilma. Afinal, foi o nosso governo que contribuiu de maneira decisiva para que os órgãos de apuração pudessem trabalhar de modo independente, livres de pressões políticas”, acrescentou.