Mil desempregados por dia: Senado tenta barrar demissões de Macri

Assim que assumiu a Presidência da Argentina, em dezembro passado, Mauricio Macri impulsionou uma onda de demissões no setor público e no privado que já resulta em 127 mil desempregados. Cerca de mil por dia. O Senado declarou “emergência ocupacional” e aprovou, nesta quarta-feira (27), um projeto para frear durante seis meses as demissões e suspensões.

Manifestação contra demissões de Macri - Reprodução

Agora o projeto será enviado para a Câmara de Deputados e, para ser transformado em lei, deve ser aprovado sem modificações. Caso seja modificado, voltará para votação dos senadores.

A iniciativa do projeto é da Frente Para a Vitória (FpV), a aliança da qual a ex-presidenta Cristina Kirchner faz parte. A matéria também estabelece que se um trabalhador for demitido neste período de seis meses, deverá ser imediatamente reincorporado ao quadro de funcionários ou receber indenização em dobro.

O líder da bancada da FpV, Miguel Angel Pichetto, já adiantou que não serão aceitas mudanças para proteger as micro, pequenas e médias empresas da lei. Denunciou ainda que o objetivo dos senadores governistas é “introduzir uma legislação pró-empresarial”.

O projeto foi aprovado com 48 votos a favor e 16 contra. Entre os contrários estão os senadores do partido Proposta Republicana, o mesmo do presidente, e da União Cívica Radical, que também integrou a frente governista, Cambiemos.

YPF terá mais de 2 mil demissões

Apesar da ação do Senado em defesa dos trabalhadores, o governo de Maurício Macri já anunciou que vai demitir entre 2 mil e 2.500 funcionários da empresa estatal de petróleo YPF ao longo deste ano.

A justificativa para as demissões é “uma resposta à queda do preço do barril de petróleo” que passou de U$100 para U$40. No entanto, outros países que sofrem o mesmo impacto econômico, como a Venezuela, por exemplo, garantiram a segurança social.