No show do horror pela audiência, chutar mulher em programa é natural

As redes sociais divulgaram, com perplexidade, o programa do Ratinho, que foi ao ar no último dia 15. Velho de guerra do estilo televisivo moribundo dos anos 90, com exames de DNA, deficientes físicos estereotipados como aberrações e muitos barracos, o apresentador, enfim, conseguiu destaque, chutando a nuca da sua assistente de palco, Milene Pavorô.

Por Laís Gouveia

No show do horror pela audiência, chutar mulher em programa é natural

Em uma tentativa de brincadeira, a assistente andava pelo palco dentro de uma caixa de papelão. O apresentador se aproximou e, com força, chutou a caixa. A moça se levantou da caixa visivelmente dolorida e, com cara de choro, se retirou do palco. Ratinho, seguiu o show dos horrores rindo, demonstrando ser uma atitude banal.

A assistente de palco tentou minimizar a situação nas redes sociais: “Não foi nada demais, ele parou a gravação para pedir desculpas mas não foi ao ar, ele é um homem de grande coração”, declarou. 

Independente da postura de Milene, há tempos os programas de auditório TV aberta se tornaram um espaço decadente: Mulheres se agredindo por exames DNA ou obetificadas como “gostosas”, piadas com homossexuais, entre outras aberrações. A lógica do: “De ao povo cultura massificada, barata e de grande retorno lucrativo”, se faz presente por 3 a 4 pontos no ibope (Cada ponto equivale a cerca de 69 mil domicílios na grande São Paulo).

Lucia Rincon, presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM), considera que o episódio do chute na assistente de palco é revoltante, “a UBM está indignada com esse ato de violência física e assédio moral. Estamos organizando no Paraná uma comissão que discuta essa situação para processar esse fato ocorrido. Também nos colocamos à disposição da trabalhadora que foi agredida para Auxiliá-la a apoiá-la", afirmou. 

Nas redes sociais, o evento “Reunião para chutar a nuca do Ratinho” Já conta com quase 8 mil interessados.