Lula: Criminosos da crise de 2008 nos EUA jamais foram presos

Em entrevista recente ao jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian e publicada no site The Intercept, o presidente Lula lembrou um fato que passa despercebido das pessoas: os criminosos que provocaram a grande crise de 2008 – a crise do subprime que teve origem nos Estados Unidos – jamais foram presos.

O jornalista Glenn Greenwald e o presidente Lula

Apenas figuras de segundo ou terceiro escalão, como o operador financeiro Maddof, é que foram alcançadas pelo “longo” braço da Justiça estadunidense. Braço que se revela curto quando deixa intocados os mais importantes personagens da história da maior crise do capitalismo.

Nos Estados Unidos, um total de 463 bancos quebrou de 2008 para cá. São, em geral, vítimas da crise econômica, da inadimplência, da má gestão ou de uma combinação das três coisas. Já o número de executivos atrás das grades por crimes cometidos nesses bancos é bem menor: algo como 17 pessoas, segundo dados da Federal Deposit Insurance Corp., empresa que administra o fundo de garantia de depósitos no país.

Nenhum executivo desses é um nome conhecido. Nenhum dirigia instituições financeiras que dominaram as manchetes antes, durante e após o colapso.

A maioria dos executivos de bancos que foram parar na prisão veio de pequenas instituições que cresceram, cresceram e a certa altura desmoronaram. Foram pegos ocultando empréstimos podres e mentindo para autoridades.

No entanto, banqueiros graúdos de Wall Street, grandes responsáveis pelo desastre – e cujas empresas não quebraram, mas receberam bilhões de dólares em socorro financeiro do governo – também estão desempregados, mas livres.

Conseguiram se afastar do desastre com milhões de dólares, e hoje estão administrando o vasto tempo livre alternando entre mansões e golfe, esqui e tênis.

Enquanto isso, os grandes bancos que sobreviveram à crise, em grande parte porque foram salvos com dinheiro do contribuinte após terem sido considerados “grandes demais para quebrar”, estão hoje maiores e mais poderosos.

Banqueiros como Richard Fuld, praticamente o “dono” do Lehmann Brothers, estão flanando livremente e com bastante dinheiro no bolso. Cinco anos depois da quebra da Lehman Brothers Holdings Inc., a empresa de 158 anos que ele dirigia, que entrou em colapso sob o peso dos maus investimentos e deflagrou uma onda de pânico por todo o sistema financeiro global, Fuld está vivendo confortavelmente.

Ele tem uma mansão em Greenwich, Connecticut, um rancho de mais de 40 acres em Sun Valley, Idaho, além de uma casa de cinco quartos em Jupiter Island, Flórida. Ele não tem mais um lar em Manhattan, já que vendeu o apartamento da Park Avenue em 2009 por US$ 25,87 milhões.

Os outros quatro banqueiros que formavam o quinteto da crise do subprime – Jimmy Cayne (Bear Stearns), Stanley O’Neal (Merrill Lynch), Chuck Prince (Citigroup) e Ken Lewis (Bank of America) também estão vivendo com bastante luxo.

Jimmy Cayne, ex-CEO da Bear Stearns

Cayne, que mora em um apartamento de US$ 25 milhões no Hotel Plaza, em Nova York, pode ser visto, quase todos os dias, no espaço cibernético organizando jogos de bridge online.

O fato de ele ter preferido bridge no lugar das finanças é revelador, já que Cayne foi muito criticado por passar mais tempo jogando golfe e bridge do que lidando com a crise que estava esmagando sua empresa.

Cayne sobreviveu à falência de dois fundos hedge da Bear Stearns mas sucumbiu ao inevitável quando, no quarto trimestre de 2007, a empresa teve que descontar US$ 1,9 bilhão em apostas ruins em dívidas imobiliárias, o que resultou no primeiro trimestre de prejuízo da história da empresa.

Ele se aposentou do cargo de CEO em janeiro de 2008, dois meses antes do colapso da empresa sob o peso de seus investimentos em subprimes imobiliários, mas permaneceu como presidente do conselho. Quando o mercado começou a duvidar que os títulos de dívida imobiliária, nos livros da Bear, valiam o que a empresa dizia que valiam, as empresas retiraram seus negócios, rapidamente e em massa.

A Bear Stearns foi vendida no dia 16 de março de 2008, em um negócio fechado à noite, para o JPMorgan Chase & Co., que pagou US$ 1,2 bilhão, mais ou menos o que teria custado comprar o prédio da sede da empresa na Avenida Madison.

O grau de endividamento da empresa era de 38 para 1 ou mais, de acordo com Phil Angelides, presidente da Comissão de Inquérito da Crise Financeira. Cayne admitiu, em depoimento diante da comissão, que esse endividamento era muito alto.

“O negócio era assim”, disse ele. “Essa realmente era a prática na indústria.”

Ele disse a Angelides que acreditava tanto na Bear que quase nunca vendeu suas ações. “Eu raramente vendi minhas ações da empresa, a não ser quando precisei pagar impostos”, testemunhou no dia 5 de maio de 2010.

Assim como Fuld, Cayne perdeu US$ 900 milhões nos papéis quando a ação despencou, mas ele levou para casa o suficiente, antes da quebra.

Ele recebeu US$ 87,5 milhões em dinheiro, em bônus, entre 2000 e 2007 e ganhou, com a venda de ações, US$ 289,1 milhões neste período, de acordo com o estudo de Bebchuk.

Além do condomínio no Hotel Plaza, ele e a mulher têm um segundo apartamento, na Avenida Park. Eles puseram esse imóvel no mercado, no mês passado, por US$ 14,95 milhões.

Quando eles querem sair da cidade, podem ir para a mansão de US$ 8,2 milhões na costa de New Jersey, a cerca de dois quilômetros do Clube de Golfe Hollywood, ou para o condomínio de US$ 2,7 milhões em Boca Raton, na Flórida.

Cayne, como muitos de seus colegas CEOs, aparentemente trabalhou para proteger seus bens de possíveis dívidas.

Em novembro e dezembro de 2009 ele transferiu quatro imóveis para quatro empresas separadas chamadas Legion Holdings I, II, III e IV, por um total de US$ 21,00. Algumas das LLCs têm o mesmo endereço de correspondência do Hotel Plaza listado na declaração do imposto de renda.

“Eu assumo responsabilidade pelo que aconteceu. Não vou me eximir da responsabilidade”, disse Cayne à Comissão.

Porém, ele não precisou assumir nada do fracasso da Bear. Ele não pagou acordos ou indenizações de processos, segundo seu advogado, David Frankel.

Chuck Prince está ajudando os amigos

Enquanto Fuld afundou com seu navio e Cayne ficou até bem perto do fim, dois de seus confrades CEOs foram expulsos mais cedo – quando o colapso das subprimes começou a atrapalhar os lucros – e viram de longe suas empresas cambalearem.

Charles O. Prince III pediu demissão do cargo de CEO do Citigroup no dia 5 de novembro de 2007, quando a empresa anunciou que havia perdido entre US$ 8 e US$ 11 bilhões em apostas nas dívidas imobiliárias.

“Considerando o volume de perdas no nosso negócio de títulos lastreados em dívida imobiliárias, o único caminho honroso para mim como CEO é sair”, disse em uma declaração por escrito. Prince se afastou com um paraquedas dourado estimado em US$ 33,6 milhões.

De 2000 até entregar o cargo, Prince levou para casa US$ 65,2 milhões em dinheiro que ganhou em salários e bônus, de acordo com a análise do Centro. Não existem relatórios da SEC que mostrem que ele vendeu ações entre 2000 e 2008.

A queda aconteceu apenas alguns meses depois de sua famosa explicação para o envolvimento contínuo do Citi com as subprimes:

“Quando a música parar, em matéria de liquidez, as coisas vão se complicar. Mas enquanto a música estiver tocando, nós temos que nos levantar e dançar. Nós ainda estamos dançando”, disse ele ao Financial Times em julho de 2007.

Prince foi substituído por Vikram Pandit, um ex-administrador de um fundo hedge comprado pelo Citi poucos meses antes por US$ 800 milhões.

Enquanto Pandit tentava endireitar o barco que adernava, a empresa continuou fornecendo um escritório a Prince, um assistente administrativo e um carro com motorista durante cinco anos, um pacote avaliado em US$ 1,5 milhão por ano, de acordo com documentos da SEC.

Até o fim de 2008, o Citi recebeu do Tesouro dos Estados Unidos um socorro financeiro no valor de US$ 45 bilhões e o Federal Reserve garantiu centenas de milhões de dólares das dívidas do banco.

Prince pediu desculpas pelo desastre que a crise financeira causou durante depoimento à Comissão, em 2010. “Eu sinto muito que a crise financeira tenha tido um impacto devastador para o nosso país”, testemunhou.

“Sinto muito pelos milhões de pessoas, norte-americanos comuns, que perderam suas casas. Sinto muito que nossa equipe administrativa, começando por mim, como tantos outros, não pôde ver o colapso sem precedentes que estava diante de nós.”

Depois do Citigroup, Prince foi para a empresa de consultoria global Stonebridge International, fundada por Sandy Berger, que foi do Conselho de Segurança Nacional. Em 2009, a empresa se fundiu com o Albright Group, fundado pela ex-secretária de Estado Madeleine Albright para formar a Albright Stonebridge Group.

Prince descreveu a mudança para a Albright Stonebridge como uma forma de “ajudar meus amigos em suas atividades”, em uma entrevista em 2009. Quando foi pressionado a dizer no que, exatamente, consistia seu trabalho ele disse: “Sou apenas um amigo”.

Ele não aparece mais na lista de executivos no website da empresa e uma porta-voz da companhia não respondeu e-mails nem telefonemas a respeito de seu novo status.

Ele é membro do conselho diretor da Xerox Corp. e da Johnson & Johnson Inc. A Harry Walker Agency o representa para o agendamento de palestras remuneradas sobre temos como “Governança de Corporações: Plano de Cinco Pontos sobre as Melhores Práticas nos Negócios” e “Por Dentro da Crise Financeira Corrente”.

No ano passado Prince, o Citigroup e vários membros do conselho da empresa antes de 2008, fecharam acordo para pagar US$ 590 milhões em uma ação coletiva na qual foram acusados de enganar os investidores a respeito do volume de títulos relacionados às subprimes que a empresa tinha declarado em seus livros contábeis. No acordo, Prince e os demais réus não admitiram qualquer delito.

Não se sabe com que frequência Prince ia ao escritório reservado para ele no Citi, mas é bem claro que Prince tinha outros lugares onde passar seu tempo.

Ele tem um refúgio de US$ 3,6 milhões em Nantucket e uma casa de US$ 2,7 milhões em uma comunidade de golfe de Jack Nicklaus em North Palm Beach, na Flórida, chamada Lost Tree Village.

Stan O’Neal vai para Vineyard

A saída de Prince do Citigroup foi precedida, em alguns dias, pela partida de Stanley O’Neal da Merrill Lynch.

O’Neal havia tomado a Merrill quando ela era basicamente uma corretora de varejo e a transformou em uma grande fabricante de obrigações de dívida com colateral, um tipo de título lastreado em dívidas imobiliárias.

Em 2006, ela era a maior corretora de CDOs de Wall Street e um ano depois a empresa tinha US$ 55 bilhões em empréstimos de subprime nos seus livros contábeis que ninguém queria comprar.

Enquanto as perdas se acumulavam, O’Neal apresentou propostas, primeiro ao Bank of America, depois ao Wachovia, para que comprassem a Merrill Lynch – sem a aprovação do conselho, de acordo com uma entrevista de 2010 que O’Neal deu à revista Fortune.

Quando a Merrill anunciou, em outubro de 2007, que estava dando baixa em US$ 8 bilhões de seus títulos garantidos pelas dívidas imobiliárias, e veio à tona a informação de que O’Neal estava pensando em vender a empresa, foi o fim. Ele estava demitido.

O’Neal flutuou para fora da Merrill confortavelmente, amparado por um paraquedas dourado de US$ 161,5 milhões. Nos oito anos que antecederam sua saída, O’Neal ganhou US$ 68,4 milhões, em dinheiro, em salário e bônus, e vendeu ações da Merrill com um lucro de ao menos US$ 18,7 milhões, segundo análise de balanços anuais e documentos da SEC feita pelo Centro.

Ele foi substituído por John Thain, um ex-CEO da Bolsa de Nova York, que convenceu o Bank of America a comprar a Merrill Lynch por US$ 50 bilhões justamente quando a Lehman estava implodindo e arrastando com ela quase todo o sistema financeiro.

(O próprio Thain foi eventualmente demitido depois que se tornou público o fato dele ter gastado mais de US$ 1 milhão para redecorar seu escritório na Merrill – incluindo US$ 877.000,00 por um par de cadeiras – enquanto a empresa estava diante da falência).

Já O’Neal está com tudo. Além dos US$ 161,5 milhões, ele e a mulher têm um apartamento na Avenida Park. O âncora da NBC, Tom Brokaw, vendeu seu apartamento no mesmo edifício por US$ 19,75 milhões em 2011.

O’Neal transferiu o imóvel para sua mulher em novembro de 2008, uma estratégia comum para proteger a casa de qualquer ação legal.

O casal também é dono de uma casa de US$ 12,4 milhões em Martha’s Vineyard através de uma LLC chamada KZ Vineyard Land.

Hoje ele é membro do conselho da Alcoa Inc,. a maior produtora de alumínio do mundo, e faz parte do comitê de auditoria e governança corporativa.

Ken Lewis se muda para a Flórida

Kenneth Lewis sobreviveu ao derramamento de sangue de setembro de 2008 e para alguns ainda se saiu como herói quando arrumou a rápida compra da Merrill Lynch pelo Bank of America – o ex-empregador de O’Neal – por US$ 50 bilhões no mesmo fim de semana em que a Lehman quebrou, possivelmente evitando o mesmo destino da Lehman.

Logo ficou claro que a Merrill não era uma pechincha. Isso, somado ao péssimo conselho de Lewis para a compra da Countrywide Financial, a gigante das subprimes, justamente quando o mercado imobiliário despencava, levou o Bank of America a uma hemorragia de dinheiro vivo.

Eventualmente, a empresa recebeu US$ 54 bilhões em socorro financeiro do governo para estancar a hemorragia.

Lewis sabia das perdas excessivas da Merrill antes dos acionistas aprovarem o negócio final, de acordo com o depoimento que deu em 2009 ao então procurador-geral de Nova York, Andrew Cuomo. Ele disse que manteve as perdas escondidas sob pressão do secretário do Tesouro, Henry Paulson, que temia que se a compra não se efetivasse prejudicaria um mercado já abalado — e também toda a economia.

No mês passado, o Departamento de Justiça acusou o Bank of America, em uma ação civil, de saber sobre os riscos de que os empréstimos, incluindo US$ 850 milhões em títulos garantidos por dívidas imobiliárias, se tornassem inadimplentes.

O Departamento de Justiça disse que a empresa estava tão ávida por empréstimos para transformar em títulos que ela baixou seu controle de qualidade e não verificou adequadamente a renda dos tomadores ou sua habilidade de pagar o empréstimo. A ação não citou Lewis como réu.

A empresa já fechou um acordo com a SEC no processo de fraude, no qual pagou US$ 150 milhões, e outro na ação movida por investidores de fundos de pensão, no valor de US$ 62,5 milhões.

Lewis se aposentou em setembro de 2009 com um pacote de partida no valor de US$ 38 milhões, apesar de a empresa estar, naquele momento, dependendo do governo federal para sobrevier.

Ele já tinha no banco pelo menos US$ 86,4 milhões, que ganhou com a venda de ações do Bank of America entre 2000 e 2008, de acordo com registros da SEC. Ele também recebeu US$ 52 milhões em salários e bônus no período.

Ele e a mulher Donna venderam a casa de Charlotte, na Carolina do Norte, em janeiro, por US$ 3,15 milhões e a mansão na encosta de Aspen por US$ 13,5 milhões, US$ 3,35 milhões a menos do que pagaram por ela em 2006.

Agora, aparentemente, eles têm apenas uma casa, um condomínio de US$ 4,1 milhões em um espigão na praia de Naples, na Flórida.

‘Bandidos por toda parte’

Desde aquele mês épico em 2008, que começou com a falência da Lehman na manhã de segunda-feira do dia 15 de setembro, e terminou com o socorro financeiro de US$ 80 bilhões para a seguradora gigante American International Group e as vendas da Merrill Lynch para o Bank of America, Wachovia para Wells Fargo e Washington Mutual para JPMorgan, milhares de horas e milhões de páginas foram escritas tentando explicar o que aconteceu.

A mais ampla tentativa, o Relatório do Inquérito da Crise Financeira, disse que o colapso financeiro era evitável.

“Os capitães das finanças e os administradores públicos do nosso sistema financeiro ignoraram os sinais e não foram capazes de perguntar, entender e administrar riscos crescentes de um sistema essencial para o bem estar do público americano. O erro deles foi enorme, não foi um tropeço”, disse o relatório.

Que esses “capitães das finanças” tenham sofrido poucas consequências pelo grande erro é agora parte do legado da crise, e lança uma sombra sobre o sistema judicial dos Estados Unidos, que processa pequenas ofensas, mas parece virar o rosto para o que muitos veem como crimes dos ricos.

“Essa é a maior fraude de colarinho branco e a fraude mais destrutiva de colarinho banco na história e nos encontramos incapazes de processar qualquer banqueiro da elite”, disse Bill Black, economista e professor da Universidade de Missouri e autor do The Best Way to Rob a Bank is to Own One. “Isso é ultrajante.”

O ministro da Justiça, Eric Holder, aparentemente confirmou essa visão no começo do ano quando disse que está hesitando em processar criminalmente os grandes bancos porque teme o estrago que uma ação pode causar à economia.

“Quando nós somos atingidos por indicadores de que se você processar, se apresentar queixa criminal, haverá um impacto negativo na economia da nação, talvez até da economia mundial… isso é função do fato de que algumas dessas instituições se tornaram grandes demais”, disse ele durante depoimento ao Comitê Jurídico do Senado, em março.

Desde então, o Departamento de Justiça retirou essas declarações e assegurou aos congressistas e ao público que investigaram agressivamente e perseguiram todo ato criminoso relacionado à crise financeira.

O obstáculo, dizem autoridades, é que para provar que houve crime é preciso provar a intenção. Isso significa que se o governo quiser apresentar queixa contra qualquer um dos CEOs das empresas que levaram a nação ao desastre financeiro, os promotores terão que provar para o júri, acima de qualquer suspeita, que esses indivíduos tiveram a intenção de cometer fraude.

“Eles tendem a trabalhar em um universo muito mais preto ou branco”, disse Jordan Thomas, um ex-advogado da SEC que trabalhou com a Justiça em vários casos de fraude financeira. Provar má conduta criminosa é um obstáculo tão grande que o governo tem se apoiado primordialmente em ações civis, onde o peso da prova é menor. Isso não significa, disse Thomas, que ninguém fez nada errado.

“A crise financeira tem bandidos por toda parte”, disse ele.