Fiesp é acusada de plagiar pato amarelo

Segundo a matéria, a obra foi exposta em São Paulo, em 2008.  A equipe de Hofman afirmou à BBC que a Fiesp transformou o projeto artístico original em uma "paródia política" e que o uso do desenho é "ilegal" e "infringe direitos autorais".

A reportagem revela que entrou em contato com a fábrica de Guarulhos (SP) que produziu a obra para o artista em 2008 e descobriu que se trata da mesma que tem elaborado os patinhos da Fiesp.

De acordo com Denilson Sousa, dono da Big Format Infláveis, a Fiesp enviou uma foto da obra do artista holandês como "referência". A federação, contudo, negou as acusações e disse que a referência utilizada foram os "patinhos de banheira".

Segundo a BBC, a Fiesp afirmou ainda que o pato da campanha contra os impostos é diferente da obra do artista "nos olhos, no pescoço e na base" e que a "patinhos amarelos como o da campanha estão em qualquer lugar".

Para o artista, contudo, a resposta da Fiesp é "com certeza uma cortina de fumaça", já que estariam sendo utilizados o mesmo desenho e as mesmas especificações técnicas. "Alterar os olhos não muda a nossa concepção técnica de formato do corpo e bico", afirmou equipe do artista.

O pato de borracha é utilizado pela Fiesp em uma campanha que critica a carga tributária do país, praticando a desinformação. Os empresários paulistas tentam mobilizar a sociedade contra a carga fiscal, com base na afirmação inverídica de que ela seria muito elevada.  

Mas, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Heritage Foundation, de 2014 e 2015, a carga tributária média mensal brasileira é a quinta mais baixa entre as 20 maiores economias do mundo e está longe de figurar como a mais elevada do planeta.

Por outro lado, a Fiesp omite aquilo que lhe é conveniente. A carga tributária não é alta, porém é extremamente injusta, porque recai sobre os mais pobres, enquanto os mais ricos – entre os quais se inclui a elite empresarial representada dela federação – pagam muito pouco.