Delator cita FHC, Nardes, Irmã de Aécio e até o Itaú

Uma reportagem da jornalista Bela Megale, publicada nesta sexta-feira(25) na Folha de S.Paulo, traz trechos da delação premiada do ex-deputado Pedro Corrêa, personagem com mais de 40 anos de vida parlamentar. Na delação aparecemos nomes do ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, da irmã de Aécio Neves, Andrea Neves, e menciona que Fernando Henrique teria contado com apoio do empresariado para aprovar reeleição.

Delação Pedro Correa
Se vier a ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal, ela trará muitos transtornos à oposição. Segundo Corrêa, o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, recebia mesada de José Janene, ex-deputado do PP. Nardes, responsável pelo famoso parecer das "pedaladas fiscais", no qual se ancora o impeachment, também foi deputado pelo PP.
 
"Corrêa lembra que, quando Nardes foi nomeado ministro do TCU, em 2005, foi destruído um recibo que comprovava o pagamento da propina. Era, segundo Corrêa, um recibo de valor 'baixo', algo entre R$ 10 mil e R$ 20 mil", diz a reportagem de Bela Megale.
 
Corrêa também mencionou a irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG). "O pernambucano também apresentou uma lista de operadores de propina e incluiu o nome de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e uma de suas principais assessoras, como a responsável por conduzir movimentações financeiras ligadas ao tucano", informa a jornalista.
 
Em outro trecho espinhoso para a oposição, ele menciona que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comprou a emenda da reeleição, com o apoio de pesos-pesados do PIB nacional, como o banqueiro Olavo Setúbal, já falecido, ex-dono do Itaú.
 
"Olavo Setubal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos", diz o anexo da delação.
 
Segundo a reportagem, os fatos narrados por Corrêa são vistos como "uma crônica política" que ajudará a completar lacunas de outras colaborações.