“Sou contra o golpe”, dizem artistas em convocação para o dia 18

O bloco carnavalesco Eu Acho é Pouco foi fundado em 1977, em Pernambuco, a partir da iniciativa de amigos que, além de curtir a folia do Carnaval, acreditavam no poder de mobilização cultural para resistir à ditadura, que na época estava em seu ponto mais crítico. Diante do cenário político atual, onde a democracia está gravemente ameaçada, o bloco viu a necessidade de se posicionar uma vez mais e reafirmar seus princípios, em defesa da legalidade e contra o golpe.

Um grupo de artistas e intelectuais organizou um manifesto contra o golpe que será encaminhado aos chefes do Executivo, Dilma Rousseff, do Legislativo, Renan Calheiros e do Judiciário, Ricardo Lewandowsky, bem como ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A banda carioca Casuarina (MPB) antenada com os últimos acontecimentos no Brasil, em vídeo postado nas redes sociais, diretamente dos EUA, convoca todos às ruas nesta sexta-feira (18). "A gente está aqui pra defender a democracia, o Estado Democrático de Direito, aquilo que tanta gente boa lutou, sangrou e até morreu pra conseguir". "A gente certamente estaria [hoje) às 4 da tarde na Praça 15, [no Rio] em defesa da constitucionalidade" (…). "Todo mundo lá!"! Democracia eu não abro mão!"

O cantor Caetano Veloso afirmou, em entrevista ao programa Altas Horas – Rede Globo –, que o cenário político atual é muito parecido com o que aconteceu no Brasil antes do golpe de 1964 que depôs o presidente João Goulart. “A manifestação não é suficientemente diferente da que levou ao golpe de 64”.