Pesquisas confirmam imagens: Manifestantes são de alta renda e brancos

Como bem apontou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), a oposição tirou “o gênio do fascismo da garrafa e agora não sabe como colocá-lo de volta”, jogando o país numa conflagração. A declaração do governador é reforçada pelo levantamento feito por diversos institutos de pesquisas que apontaram o perfil dos manifestantes presentes no ato realizado na Paulista, neste domingo (13).

manifestacao-contra-Dilma-Rousseff-em-Sao-Paulo - André Tambucci

Pesquisa do Datafolha reafirma o que foi visto nas imagens dos atos convocados pela direita conservadora: o perfil dos manifestantes que foram à Avenida Paulista é, em sua maioria, o da elite brasileira.

Esse, aliás, é o mesmo perfil que foi derrotado nas urnas em 2014 e ocupou as ruas entre março de abril do ano passado em manifestações contra o governo de Dilma Rousseff.

Segundo levantamento do Datafolha, os manifestantes deste domingo tinham renda muito superior à média da população.

Metade dos entrevistados disse que está entre cinco e 20 salários mínimos, sendo que em média, o percentual nessa faixa é de 23%. Já 12% afirmaram que são empresários – em São Paulo a atividade é citada por apenas 2%.

Outro fato evidente nas fotos também foi reforçado pela pesquisa que aponta que 77% dos manifestantes declararam que são da cor branca.

A pesquisa também afirma que 94% não participam de nenhum grupo que promoveu o ato, ou seja, foram convocados pela mídia.

Em outra pesquisa divulgada pela revista Veja, que atua na defesa do golpismo, afirma que quase 80% dos manifestantes que foram à Avenida Paulista, em São Paulo, acreditam que a formação de um novo governo faria a situação do Brasil melhorar.

O levantamento feito pela Lean Survey afirma, no entanto, que 65% dos entrevistados acham que a oposição não cumpre papel relevante na resolução da crise, e 63% deles acreditam que PSDB e aliados não são capazes de tirar o Brasil da crise.

Apesar dos abusos e violações aos direitos e garantias individuais cometidos por setores da Polícia Federal, essa foi a instituição mais bem avaliada pelos entrevistados. Segundo a pesquisa, 51% avaliam que a instituição exerce o papel “mais positivo” na crise. Apenas 0,3% dos entrevistados acham o mesmo da oposição.

Outro instituto, o Paraná Pesquisas, também fez uma pesquisa com os manifestantes da Paulista para saber a intenção de voto à Presidência da República. De acordo com o levantamento, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está encostado com os tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra entre os candidatos preferidos dos manifestantes. Bolsonaro fica em segundo lugar em três cenários possíveis enfrentando os tucanos.

Tucanos hostilizados pelos seus eleitores

Numa primeira hipótese de cenário construído pelo Instituto, que é ligado aos tucanos, Aécio tem 29%, Bolsonaro 16% e Marina 12%; noutra simulação, Alckmin tem 27%, Bolsonaro 15% e Marina 12%; no terceiro confronto com os tucanos, Serra tem 22%, Bolsonaro 16% e Marina 14%.

Os tucanos bem que tentaram surfar nas manifestações. O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador por Minas Gerais Aécio Neves, só conseguiram ficar por meia hora na manifestação da Paulista. Depois da chuva de vaias e gritos de “ladrão de merenda” e “corruptos”, tiveram que se retirar.

“O Brasil tem hoje uma classe dominante subversiva, que decidiu atear fogo às próprias vestes”, enfatizou o governador maranhense Flávio Dino. E completa: “E estes grupos decidiram jogar o Brasil numa conflagração que vai contra seus próprios interesses”.