Amaral diz que saída de Erundina do PSB é natural e também deixa sigla

Roberto Amaral, fundador e ex-presidente do PSB, considera "natural" o anúncio feito pela deputada federal Luiza Erundina (SP) nesta quarta-feira (9), de que está deixando a legenda e informa que também deixará o partido. "É um processo que já vem de longo prazo. Saiu o Glauber Braga, e agora a Erundina", afirmou. Erundina alega "divergência ideológica".

Roberto Amaral invertida

O deputado Glauber Braga (RJ) deixou o PSB em setembro de 2015 por discordâncias com o senador Romário (PSB-RJ). Amaral pretende divulgar a carta de despedida à militância do PSB ainda nesta sexta.

em entrevista à Revista Brasil Atual, Amaral disse que estava no computador escrevendo a "carta de desfiliação do PSB, minha carta de despedida, me dirigindo aos militantes".

Erundina declarou, em outubro de 2014, se sentir "envergonhada" com apoio do PSB ao tucano Aécio Neves na eleição presidencial. O PSB que ela está deixando é presidido, em São Paulo, pelo vice governador paulista e grande aliado de Geraldo Alckmin (PSDB), Márcio França.

Erundina deve se filiar provisoriamente ao Psol, enquanto não consegue fundar oficialmente o Raiz, seu novo partido. A assessoria de Erundina não confirma que ela esteja indo para o Psol, mas que a deputada está concentrada na construção do Raiz e deve refletir sobre uma eventual nova legenda, enquanto a sua não se oficializa, até o dia 18, quando termina a janela de filiação aberta por nova legislação.

O Congresso Nacional promulgou dia 18 de fevereiro a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 182/2007, que abre espaço para os candidatos às eleições deste ano, que exercem mandatos de deputados ou vereadores, mudarem de legenda.

Roberto Amaral diz que não vai se filiar a nenhuma agremiação. "Não me filiando a partido, neste momento, sirvo mais à esquerda, com todo respeito que tenho a todos os partidos. Não vejo como oportuno. Eu ajudo mais no momento não me filiando a partido", disse.

Na sexta-feira (4), ele afirmou à RBA que o PSB “está virando instrumento do golpismo”. Em setembro de 2015, disse que a então provável definição do PSB de deixar a posição de independência em relação ao governo Dilma Rousseff, assumindo o papel de partido de oposição, era um “ato de absoluta coerência com o caráter dos atuais dirigentes do PSB”. “Eu acho até que é mais correta a posição assumida do que de uma independência fraudulenta. O PSB, desde outubro de 2014, joga no campo da direita", disse à época.