Domingão no Rio foi de ato contra golpismo midiático e em apoio a Lula

Dezenas de manifestantes ligados aos movimentos sociais promoveram neste domingo (6), em frente à sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, manifestação em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra o golpismo midiático que transforma a Operação Lava Jato na polícia política da direita conservadora.

Manifestantes Jararaca em frente a Globo

A manifestação começou desde as primeiras horas da manhã com a concentração de mais de duas mil pessoas. Com faixas e cartazes de apoio ao ex-presidente, críticas ao juiz federal Sérgio Moro e palavras de ordem, as lideranças sindicais, estudantis e politicas se revezavam nos microfones do carro de som instalado no local.

A jararaca foi o personagem do ato. Dezenas de manifestantes carregavam uma grande jararaca de papelão e pano numa alusão à declaração do ex-presidente, feita em entrevista após a condução coercitiva pela Polícia Federal: “Se querem matar a jararaca, têm de bater é na cabeça, não no rabo. Porque isso só a deixa mais brava”.

Ricardo Montenegro, professor da rede estadual de ensino, disse que a manifestação tinha como objetivo barrar o “golpe” que está sendo tramado contra o povo brasileiro por parte do Judiciário. “É contra esse golpe sim, um golpe que está sendo articulado no Judiciário contra as garantias individuais e contra a democracia tão duramente conquistada depois da ditadura”, disse.

Também presente à manifestação, o prefeito de Maricá e presidente estadual do PT, Washington Quaquá, afirmou que o “sequestro” de Lula pela PF uniu ainda mais o partido. “O sequestro promovido pelo juiz Sérgio Moro foi também o sequestro da democracia e, por isso mesmo, o país está mais unido do que antes”, disse.

“Estou aqui porque estou indignada”, disse Simone Simões, professora aposentada. “Não aceito a manipulação que os meios de comunicação em geral fazem da investigação sobre a Petrobras. Todas as acusações são encaradas como verdade, as provas são secundárias”, criticou.

“Eu não sou do PT, nunca fui, mas defendo Lula e o governo eleito [da presidenta Dilma Rousseff], alvo de constantes agressões midiáticas e judiciais”, acrescentou.

Já Ângela Maria Mees, representante de vendas, disse que “a imprensa no Brasil se constitui no quarto poder e tenta derrubar um modelo de governo implantado pelo PT há 13 anos para melhorar a distribuição da renda e mais igualdade social”.

“O que me choca é o nível de egoísmo das elites. O que é distribuído (para os pobres) representa apenas 0,5% do PIB e isso irrita! É por isso que é hora da mobilização”, completou Ângela.