Sambas, Batuques e Cantorias, e a voz de Rai  

Railídia Carvalho tem muitos talentos. É jornalista dona de um texto preciso e uma apuração rigorosa. O mesmo gosto e brilho aparece em outra expressão artística de sua personalidade inquieta: ela canta. E como!   

Railidia - Osmar Moura
Railídia Carvalho tem muitos talentos. É jornalista dona de um texto preciso e uma apuração rigorosa. O mesmo gosto e brilho aparece em outra expressão artística de sua personalidade inquieta: ela canta. E como! 
 
Nada fácil, embora pareça. Seu canto está profundamente ancorado na história do samba, que ela pesquisa e domina como poucos. Pesquisa que pode ser vista em seu repertório que inclui mestres do passado (como Cartola, Nelson Cavaquinho, Candeia ou o mal conhecido Gasolina) e de nosso tempo (como os paulistanos Douglas Germano e Danilo Medeiros). Com a habilidade de juntar a eles sambistas paraenses como Kazinho.
 
Neste final de semana os amantes da música brasileira de qualidade que moram em Franca e Osasco (em São Paulo), terão a chance de ouvir Railídia e suas preciosidades no projeto Sambas, Batuques e Cantorias, que resume quase 20 anos da pesquisa feita por ela. O espetáculo é promovido pelo no Sesi naquelas cidades (em Franca, no dia 4; em Osasco, no dia 5).
 
É uma homenagem ao centenário do samba (o samba Pelo Telefone foi composto em 1916 por Donga e Mauro Almeida, e gravado um ano depois).
 
Railídia será acompanhada pelo grupo formado por Paulo Godoy (violão de 7 cordas), Felipe Siles (sanfona), Helinho Guadalupe (Cavaquinho), Koka Pereira (percussão geral) e Ed Encarnação (Bateria). 
 
Ela passeia por sons do norte ao sul; homenageia bambas como os paulistas Henricão, Renato Borgomoni, Douglas Germano, ou a dupla Lincoln Antonio e Walter Garcia, o carioca Buci Moreira ou o paraense Kazinho, autores de alguns dos sambas que farão parte de seu primeiro CD, “Cangalha”, que sairá este ano – sorte de quem não pode ir aos shows mas terá a chance de ouvir esta grande cantora.
 
Railídia tornou-se paulistana sem romper com seu Pará natal. Veio de Altamira, e viveu a infância em uma família de músicos (seu avô fabricava violões). Em Belém tornou-se jornalista, mas foi em São Paulo que a música aflorou, nas rodas de samba e na curiosidade em conhecer a rica história sonora do Brasil. Em 1999 esteve entre os fundadores do grupo Inimigos do Batente, presente desde então nas rodas de samba de São Paulo. 
 
Aqui, seu nome foi abreviado para Rai e virou militante das rodas de samba e do Partido Comunista do Brasil, e jornalista do portal Vermelho.

A voz de Railídia:
Mourão que não cai
 
 
Sandália de Prata

 No Meu Canindé

Serviço
Sesi Franca: dia 4, às  20 horas
Sesi Osasco: dia 5, às 20 horas
A entrada é gratuita.