Um golfinho em troca de um “like”
A notícia do golfinho que morreu na praia na Argentina divulgada nesta quinta-feira (18) se tornou viral e chocou muita gente, é possível ver comentários de indignação tanto nas redes sociais quanto em sites de notícias. A dúvida deixada por esta história é sobre quanto vale um “like”, uma curtida, quanto vale ser visto nas redes. Neste caso, custou a vida de um golfinho cuja espécie está em extinção.
Publicado 18/02/2016 15:40
O bebê golfinho foi encontrado por banhistas na praia da cidade de Santa Teresita, na província de Buenos Aires. Ao invés de ajudar o animal a voltar para o mar, os turistas preferiram retirá-lo de seu habitat para fazer fotos. A sessão de “selfies” durou tanto tempo que o golfinho não resistiu e morreu.
Esta espécie, conhecida como franciscana, tem a pele muito grossa e gordurosa e se passar um longo período exposto fora da água a rápida desidratação leva o animal a morte, foi o que aconteceu neste caso.
Segundo a fundação argentina Vida Silvestre, que denunciou a morte do animal, esta espécie é rara, pode ser encontrada apenas na Argentina, Brasil e Uruguai e está em extinção. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, existem cerca de 30 mil golfinhos apenas na costa argentina. Esta espécie, também conhecida como golfinho-do-rio-da-prata é de pequeno porte, um dos menores que existem, eles medem entre 1,30 e 1,70 metro.
A pergunta que fica é: até que ponto a busca por likes vale a pena? Obviamente não foi um crime planejado. Por euforia o grupo de pessoas deixou o animal morrer, não se trata de uma gangue de assassinos sanguinários de golfinhos, mas isso não tira a responsabilidade de que sim, mataram um animal em extinção. A vaidade humana extrapolou o limite racional em troca de curtidas.
As fotos da cena nos mostram uma multidão eufórica, incapaz de pensar que na verdade estavam lidando com um animal vivo precisando de ajuda. As pessoas, preocupadas em se aproximar e posar ao seu lado, como se fosse uma celebridade que acabou de receber o Oscar, ignoraram o fato de que ele não tinha nenhuma chance de defesa diante desta barbárie. Esta necessidade de autoafirmação e reconhecimento é capaz de extrapolar quantos limites ainda?