Heranças da ditadura impedem redução de conflitos no campo 

O deputado Luiz Couto (PT-PB) ocupou a tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (3), para defender a construção de uma cultura de paz no campo e de não violência. De acordo com ele, a violência no campo tem aterrorizado trabalhadores, estudantes e famílias que vivem nas regiões rurais do País. Na avaliação dele, as heranças do regime ditatorial que ainda permanecem impedem a redução dos conflitos no campo. 

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“Essas heranças que ficaram engendradas pós-ditadura no Brasil estão ainda contidas nas instâncias políticas, jurídicas e institucionais e há uma reduzida participação popular mais direta sobre as decisões políticas atuais. Assim, ainda percebe-se que as políticas agrícolas vinculadas a este histórico não foram invertidas e alteradas suficientemente a ponto de reduzir os conflitos no campo pelo Brasil”, avaliou.

O deputado Luiz Couto mostrou dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que revelam que o número de pessoas assassinadas em conflitos no campo já é o maior desde 2004. Somente no ano de 2015, registros parciais apontam 46 assassinatos.

“Se não agirmos rápido, nossos lindos campos, que têm um verde deslumbrante e trazem às cidades os melhores frutos, estarão em pouco tempo desertos, pois além da violência perpetrada pelos criminosos existem os fatores das ameaças, o que está forçando um êxodo rural para cidades vizinhas. Devemos, junto aos governantes estaduais, atuar de forma inibente e segura a todos os moradores e trabalhadores do campo”, finalizou o parlamentar.