Chuva de bombas e mais prisões em ato contra aumento da tarifa em SP

Revistas, prisões, uso de cassetete e uma bomba a cada sete segundos foi o cenário do ato contra o aumento da tarifa, realizado nesta terça-feira em São Paulo. Aproximadamente 28 pessoas ficaram feridas, algumas com gravidade e 17 pessoas foram detidas. Na manifestação do dia 8 foram presas 13 pessoas. Não houve registro de policias feridos, segundo a Folha Online. Para o Movimento Passe Livre foi “um clima de terror”.

violência na manifestação contra aumento da tarifa 12 de janeiro de 2016 - Jornalistas Livres

Um vídeo feito do auto de um prédio com um celular, na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação, serviu de base para o jornal O Estado de S.Paulo fazer a contagem da quantidade de bombas de efeito moral disparadas pela polícia. Em seis minutos de imagem do vídeo, publicado no facebook do coletivo Território Livre, foram lançados 49 explosivos.

Cidade Sitiada

O Movimento Passe Livre divulgou nota no facebook no final da tarde desta quarta sobre os atos de violência. Segundo o texto, o movimento considerou que a ação da polícia transformou São Paulo em uma cidade sitiada em guerra contra a população.

“As barreiras policiais são mais uma das inúmeras catracas que enfrentamos todos os dias. Neste ato, elas impediam que a população participasse da manifestação, revistando e prendendo pessoas que tentavam passar pelo bloqueio policial para chegar até o ato. Foi instalado um clima de terror impedindo nosso direito democrático de manifestação”, diz o texto da nota.

Guerra

A presidenta da UNE, Carina Vitral, se manifestou pelo facebook e definiu o ato de terça como um “massacre”. Segundo ela, inúmeras pessoas foram parar no hospital das clínicas e “tudo parecia cenário de guerra”.

“Não é possível aceitar a criminalização dos movimentos sociais que lutam pela justa revogação do aumento da tarifa. Não será a repressão capaz de conter a nossa luta! Junho de 2013 já provou isso, parece que Alckmin não entendeu nada”, ressaltou Carina, que pediu interferência do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).

Repúdio

O Comitê Municipal do PCdoB de São Paulo divulgou nota nesta quarta repudiando a violência da PM no ato contra o aumento da Tarifa. A entidade defendeu o direito à livre manifestação e condenou a atitude autoritária do governo Alckmin em criminalizar o movimento social.