Depois dos atos nas ruas, Frente Brasil Popular se reúne com Dilma

A Frente Brasil Popular se reuniu com a presidenta Dilma nesta quinta-feira (17). O grupo formado por cerca de 60 lideranças dos movimentos sociais, além de personalidade intelectuais e artistas como o teólogo Leonardo Boff, o ex-minsitro Roberto Amaral, o cantores Chico César e Tico Santa Cruz, manifestaram a defesa da democracia contra o golpismo da direita conservadora. A frente foi responsável pelas mobilizações organizadas nesta quarta (16) em diversas cidades do país.

Dilma-Rousseff-durante-encontro-Frente-Brasil-Popular - Fotos Públicas

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Costa, que participou do encontro reforçou o papel dos movimentos sociais na defesa da democracia e do mandato legítimo da presidente. "O impeachment sem base legal se configura num golpe à democracia. Confiamos que vamos derrubar isso. Claro que golpe e impeachment vão interferir no parlamento. As ruas vão ser decisivas para barrar o que a gente chama 'golpe à democracia'", disse.

Após o encontro, o ministro Patrus Ananias, Desenvolvimento Agrário, salientou que o governo e movimentos sociais estão convergindo em pontos considerados fundamentais, como o compromisso com a democracia, a criação de condições para o país voltar a crescer e a afirmação das políticas públicas sociais. O ministro também defendeu o fim da crise para que o país volte a crescer.

"Nós entendemos que a superação dessa crise política é importante para que o país volte a crescer, tenhamos desenvolvimento econômico. Há uma compreensão nossa também, do governo, minha, do ministro, dos movimentos sociais, que a tentativa do impeachment de que o país retroceda nas grandes conquistas sociais dos últimos dias", disse o ministro.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) João Pedro Stédile afirmou que o encontro foi importante para apresentar a posição de 66 movimentos sociais que são "contra o golpe".

"Viemos trazer para a presidente a posição que os movimentos manifestaram de maneira massiva ontem em dezenas de cidades, que somos contra o golpe que está em curso na Câmara. Somos a favor da democracia". Segundo Stédile, há uma preocupação com o processo de crise econômica e politica, mas que é preciso lutar pelas reformas que o Brasil precisa como a política, a agrária e a urbana.

A secretária de Comunicação e Imprensa da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Raimunda Gomes, a Doquinha, reforçou o apoio da central ao mandato da presidenta e elogiou a receptividade dela em relação às propostas para superação da crise.

Doquinha se referiu ao documento Compromisso pelo Desenvolvimento entregue à Dilma, nesta semana, e que resultou de uma iniciativa das centrais que contou com a participação de setores do empresariado.

O cantor e compositor Chico César salientou que é dever dos artistas defender a liberdade e a democracia, e condenou o impeachment, dizendo que o processo está sendo colocado por “partidos que estão com medo de serem investigados, e que já estão sendo”.