Bancada feminina ecoa voz das ruas: “Não vai ter golpe!” 

Aos gritos de “Não vai ter golpe” e “Fora Cunha”, a bancada feminina no Congresso Nacional realizou ato político, na tarde desta quarta-feira (16), dia em que os movimentos sociais promoveram manifestações em defesa da democracia e contra o golpe, para fazer ecoar a voz das ruas.  

Bancada feminina ecoa voz das ruas: “Não vai ter golpe!” - Marcelo Favaretti

“Estamos ecoando as vozes das ruas para defender a democracia e o legado desse círculo político virtuoso liderado por essa mulher íntegra, séria e que representa a democracia no país por tudo o que passou nos tempos duros, de ditadura nesse país”, discursou a deputada Luciana Santos (PE), presidenta nacional do PCdoB.

Após o ato político, as mulheres parlamentares se dirigiram ao Estádio Mané Garrincha, onde a presidenta Dilma participou da solenidade de abertura da 3ª Conferência Nacional de Juventude. Elas manifestaram apoio à presidenta Dilma na forma de um carta intitulada “Contra o Golpe! Pela Democracia!” em que dizem que “ao invés de estarem pedindo o impeachment da presidenta, o que não tem base legal, os brasileiros deveriam agradecer por ela estar permitindo a devassa que está sendo feita no Brasil, doa a quem doer”.

No ato político, as parlamentares e líderes dos movimentos social, sindical e de mulheres reforçaram os discursos em defesa da democracia e contra o golpe. A líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), destacou que o pedido de impeachment feito pela oposição não faz parte da luta contra a corrupção. “Não é um problema ético que está em jogo na tentativa da oposição de golpe, mesmo porque eles mesmos já cometeram muitos crimes, que não foram investigados. O problema deles é derrubar o governo, não por seus problemas e defeitos transitórios, mas pelo projeto que ele representa, de ampliação de cidadania, qualificação da vida, solidariedade, que se contrapõe ao projeto de ódio, da intolerância e de restrição de direitos e as primeiras vítimas de restrição de direitos sempre foram as mulheres.”

Ameaça à democracia

A líder do Movimento de Mulheres Negras, Jacira da Silva, disse que “as mulheres participam desse ato político para levantar a voz contra esse Congresso conservador, machista e homofóbico, para garantir a pluralidade étnica e religiosa e a liberdade democrática, ameaçada com esse golpe”.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que também discursou, destacou que “estamos unidas não só porque apoiamos a presidenta Dilma, mas porque defendemos a Constituição”, criticando a tentativa da oposição de apear do poder alguém que foi eleito democraticamente. “Se a oposição retrógrada, privatista, contra os direitos dos trabalhadores quer chegar ao poder, que vá às eleições e submeta seus nomes ao povo brasileiro”, desafiou.

Outras deputadas e senadoras, assim como líderes dos movimentos de mulheres, também discursaram, todas em uníssono, se manifestaram contra o golpe que querem perpetrar sobre a primeira mulher eleita e reeleita à Presidência da República.

“Esse impeachment não tem fundamento. É um golpe contra Dilma, contra o povo brasileiro, contra a democracia e contra a Constituição. E contra as mulheres, que se sentem empoderadas com a primeira mulher eleita e reeleita seja tirada à força do Palácio do Planalto”, disse a deputada Moema Gramacho (PT-BA), resumindo as falas das manifestantes.