Movimentos sociais nas ruas em defesa da democracia e pelo Fora Cunha

A palavra de ordem desta quarta-feira (16) é “Não vai ter golpe!”. É o que prometem as centenas de milhares de pessoas que tomam as ruas em manifestações em todo o país em defesa da democracia e contra o impeachment, pelo Fora Cunha e contra o ajuste fiscal.

Centrais Fora Cunha Fica Dilma - Bruno Bou

Unidos na Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, entidades dos movimentos sociais como CTB, CUT, Intersindical, MST, MTST, UNE e Conem, realizam manifestações em pelo menos 23 cidades, incluindo 18 capitais, com o apoio do PCdoB e PT.

Estão agendados atos nos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

Em São Paulo, as manifestações estão previstas para ter início às 17 horas, com concentração em frente ao vão livre do Masp.

Inconformismo da direita

“O Brasil está afetado por uma crise política de grandes proporções. A não aceitação da derrota eleitoral pela quarta vez pela classe dominante fez com que direita apostasse numa agenda do quanto pior melhor. Isso criou sérios entraves para o país, sobretudo à luz da instabilidade, do ambiente hostil e da prevalência de uma agenda extremamente retrógrada”, pontua o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo.

“Nesse ambiente conservador a direita passou a ensaiar um golpe numa tentativa de ferir a nossa jovem democracia. Eu penso que a sociedade brasileira vai se dando conta de que o retorno ao passado pode implicar em graves prejuízos”, completou.

Para o sindicalista, a mobilização desta quarta “se materializa enquanto uma tarefa imprescindível”.

“A defesa da democracia contra o golpe tem caráter estratégico e é um fator determinante para o equilíbrio e uma nova transição mais rápida para a retomada do crescimento econômico”, acrescentou.

Segundo Janeslei Aparecida Albuquerque, da secretaria de Mobilização e Relação com Movimentos Sociais da CUT, o clima é de muita “determinação e confiança”.

“Será uma manifestação muito representativa. Trata de uma mobilização que a grande massa da população que vem tem um grau de consciência bastante grande da mobilização que defende a democracia, os direitos e os marcos civilizatórios”, disse.

Sobre as investigações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a sindicalista foi enfática: “A Polícia Federal demorou pelo menos uns cinco meses para aparecer na casa de Eduardo Cunha. Não somos cegos em não enxergar que a mesma Polícia Federal, o mesmo Judiciário, contra outros acusados não demorou 24 horas, inclusive atropelando o devido processo legal. E contra o Eduardo Cunha, que se abundam as provas, ele continua presidente da Câmara”.