Dilma reafirma compromisso do governo na recuperação do Rio Doce

Em seu discurso durante a cerimônia de inauguração do Museu de Congonhas (MG), nesta terça-feira (15), a presidenta Dilma Rousseff reafirmou o compromisso do governo federal em tomar as providências necessárias em relação ao rompimento da barragem do Fundão, ocorrido no mês passado, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG).

Dilma Museu de Congonhas em Minas Gerais 2 - Agência Brasil

“Asseguro ao povo de Mariana, assim como aos mineiros e aos capixabas que vivem e dependem da bacia do Rio Doce, que tomar as medidas necessárias para que situações como essa nunca mais se repitam é algo que nós devemos àqueles que perderam suas vidas aqui na região de Mariana e que perderam também seus meios de vida”, reafirmou.

Ao chegar, Dilma foi saudada pelo público que cantava “Oh tucanada, pode tentar que esse golpe não vai colar” e “Não vai ter golpe! Não vai ter golpe!”, entre outras palavras de ordem.

Dilma citou as principais ações do governo em relação à tragédia. “A primeira delas sempre foi e é atender às vítimas em seus direitos, ajudando-as a recuperar o que perderam e devolvendo a elas uma vida normal e digna. A segunda é responsabilizar os culpados e instituir a obrigatoriedade de recuperação e reparações tanto por perdas humanas quanto perdas patrimoniais. A terceira é recuperação ambiental e física das áreas e dos mananciais, atingindo sobretudo o nosso Rio Doce, tão importante para os mineiros”, disse em discurso, durante a inauguração do Museu de Congonhas, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, a 75 quilômetros da capital mineira.

Segundo Dilma, o governo vai cobrar dos responsáveis pela tragédia em Mariana a recuperação do Rio Doce. “Nos importa transformar novamente o Rio Doce naquilo que foi outrora, um local com margens reflorestadas, com nascentes preservadas, recuperando inteiramente o rio.”

Mineração

Ao inaugurar o museu, Dilma disse que a iniciativa de estímulo ao turismo e à cultura na região ajuda a fortalecer atividades econômicas que diminuam a dependência da mineração em Minas Gerais. “Compartilhamos com a população daqui o esforço para diversificar a base produtiva municipal e da região, diminuindo a dependência da mineração, não acabando com ela, mas diminuindo a dependência. Esse propósito ganhou ainda mais importância após a tragédia de Bento Rodrigues, distrito de Mariana, e que atingiu toda a bacia hidrográfica de Rio Doce até o Espírito Santo e o mar.”

Museu de Congonhas

Construído em parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a prefeitura da cidade mineira, o Museu de Congonhas vai funcionar com uma extensão do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos para que turistas conheçam a história da região.

Dilma disse que a nova construção “nasce para valorizar e preservar um patrimônio artístico da humanidade do país” e que a intenção é transformar o museu em um centro de referência para estudos e pesquisas sobre o Barroco brasileiro. “Muitas outras iniciativas virão para que formemos mais brasileiros nessa necessária e maravilhosa arte da conservação e da preservação de monumentos de pedra, em especial a pedra sabão, tão mineira e tão importante para o que temos de mais belo para conservação do patrimônio histórico.”

Segundo Dilma, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, o governo pretende restaurar outros elementos da parte histórica de Congonhas, como igrejas e um cineteatro, além de construir um parque ao lado do novo museu.

De volta a Brasília, Dilma vai receber representantes de entidades sindicais e empresariais no Palácio do Planalto e, em seguida, participa da 1ª Conferência de Política Indigenista.