Bolsa Família é destaque em relatório do Pnud  

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou nesta segunda-feira (14) relatório que mostra que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro continua crescendo, alcançando a pontuação 0,755. Desde o ano 2000, o IDH do país cresceu 10,5%. 

Bolsa Família é destaque em relatório do Pnud - MDS

O estudo Relatório de Desenvolvimento Humano 2015 – Trabalho para o Desenvolvimento Humano destaca a importância do Bolsa Família para o país atingir este resultado e cita como exemplo a ser replicado por outros países. “O relatório reconhece a importância dos programas sociais, justamente, porque eles proveem um piso de proteção social que funciona nestes momentos de acidentes de percursos e de crise”, explica a coordenadora do relatório do Brasil, Andréa Bolzon.

O programa de complementação de renda, segundo o relatório, teve efeito na queda do Índice de Pobreza Multidimensional, que considera, além da renda, as condições de saúde, educação e padrão de vida. De 2006 a 2014, o índice teve redução de 27,5%, passando de 4% para 2,9% de brasileiros nesta condição. E apenas 0,4% se encontram ainda em pobreza multidimensional crônica.

“O Bolsa Família tem permitido um aumento na taxa de emprego da população economicamente ativa, uma redução das taxas de inatividade e de informalidade, um aumento da proporção de trabalhadores contribuindo para a seguridade social e um aumento no salário médio na ocupação principal”, ressalta a publicação, ao afirmar que o programa venceu as preocupações iniciais de que as transferências de dinheiro para pobres podiam diminuir a oferta de trabalho e taxa de emprego.

Investimentos em infraestrutura, aponta o estudo, permitiram a criação de empregos para trabalhadores de baixa qualificação, com efeitos sobre a pobreza e a desigualdade. E ainda destaca a importância da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para as mulheres agricultoras, ao ampliar acesso a informações de mercado, insumos e recursos financeiros.

Foco

O IDH ajustado à desigualdade (IDH-D) mostra que este é um dos principais desafios do país, após superar a extrema pobreza. O indicador aponta um impacto de 26,3% de redução no IDH. A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, avalia que novas políticas públicas de combate à desigualdade precisam ser mais especificas. “Conseguimos mudanças estruturais no Brasil, não só por que a renda melhorou, mas todos os outros índices também. Temos um país menos desigual e a nova agenda política precisa olhar para essa mudança do país.”

Segundo a ministra, o país tem quatro principais desafios: continuidade das ações de combate à desigualdade, ações especificas para povos específicos, melhorar a inserção no mercado de trabalho e reforçar a educação. E destacou que as ações precisam ter escala e abrangência. “As políticas têm que ser mantidas. É o mínimo que temos que ter. Não podemos retroceder.”