Vanessa faz relato de negociações na COP 21

Integrante da delegação oficial do Brasil à 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 21), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) enviou neste sábado (12) ao Vermelho um relato sobre o evento, no qual o país apresentou a meta mais ousada de redução de emissão de gases de efeito estufa. 

Vanessa Grazziotin sugere redução de salários dos parlamentares - Agência Senado

A senadora destacou que o Brasil se comprometeu com a redução da emissão em 43%, até 2030, tendo como base o ano de 1995. Ela afirmou ainda que o Brasil conseguiu reduzir significativamente a emissão de gases poluentes devido ao combate ao desmatamento, que saiu de 27 mil quilômetros quadrados por ano, em 2004, para cerca de 5 mil quilômetros qauadrados.

De acordo com a senadora, um diferencial dessa conferência foi o fato de a maioria dos países ter apresentado metas voluntárias. “A maioria dos paises apresentaram INDCs, que são essas metas voluntárias, que entrariam em vigor daqui a cinco anos. Pouquíssimos não apresentaram. Isso facilitou as negociações e diferencia essa das outras COPs. Por conta disso, a decisão foi que os chefes de estados viessem na abertura, deixando aqui os ministros das áreas, o que permite o avanço nas negociações”, disse.

No seu relato, Vanessa destacou que o diretor-executivo do Centro Brasil pelo Clima (CBC), Alfredo Sirkis, informou que, mesmo se as metas estabelecidas forem cumpridas, ainda faltarão ser evitadas 12 bilhões de toneladas de CO2, em 2030, para que a temperatura do planeta não fique 1,5 graus mais quente até 2050.

Vanessa mencionou ainda as expectativas em relação ao acordo final da COP 21, que deveria ser aprovado ainda na tarde deste sábado (12). Entre os temas que esperava-se que fossem contemplados, estava a garantia de ciclos de revisão do acordo e o estabelecimento de metas de longo prazo. “Os cientistas dizem que a neutralização das emissões deveria se dar entre 2050 a 2070”, ressaltou vanessa.

De acordo com ela, a questão do financiamento para a implementação das metas era o maior embróglio nas negociações. “Estima-se que sejam necessários US$ 3 trilhões por ano, US$ 1 trilhão só para energia. Atualmente, fala-se em US$100 milhões do Fundo Verde, mas só há US$10 milhões em caixa. Os governos não têm esse dinheiro”, declarou.

A senadora citou ainda os mecanismos mais debatidos na conferência. Entre eles, estavam o mercado de carbono, “que ainda que funcionasse, é muito limitado e questionável”; e a precificação do carbono para taxação e eliminação dos incentivos, “o que seria hoje mais um assunto interno dos países”.