Estudo defende que imigração auxilia desenvolvimento brasileiro 

A formação de capital humano qualificado em áreas estratégicas como a engenharia e a tecnologia pode ser beneficiada pela atração de profissionais qualificados para o país. Essa é uma das conclusões de pesquisa realizada em parceria pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada esta seman durante o seminário Imigração como Vetor de Desenvolvimento do Brasil, em Brasília. 

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O estudo faz a avaliação de cenários e propostas para políticas públicas de imigração, com o objetivo de atrair mão de obra qualificada para o país. "A base da política migratória brasileira é o respeito aos migrantes e ao direito deles buscarem melhores condições de vida.

Essa pesquisa, porém, traz outro aspecto crucial: o da mobilidade internacional de profissionais qualificados", explica o secretário de Inspeção do Trabalho e presidente do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), Paulo Sérgio de Almeida. Essa mobilidade, segundo ele, permite a troca de experiências entre estrangeiros e brasileiros e proporciona a possibilidade de incorporar novos conhecimentos e valores.

De acordo com dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), o número de imigrantes inseridos no mercado de trabalho formal do país cresceu 126% nos últimos anos. Nesse período, a quantidade de imigrantes passou de 69.015, em 2010, para 155.982 imigrantes, em 2014.

Apesar disso, de acordo com o pesquisador da FGV Wagner Oliveira, o Brasil possuí apenas 0,3% de sua população formada por profissionais qualificados imigrantes. "A Espanha, por exemplo, que empreendeu um forte trabalho de prospecção de mão de obra qualificada, tem 12% de sua população constituída por imigrantes", explica.

Dados comparativos

A pesquisa se propõe a criar subsídios e estabelecer parâmetros para as políticas públicas de imigração formuladas pelo Estado brasileiro. A FGV comparou o que é realizado no Brasil, com iniciativas empreendidas em nações com alto desenvolvimento econômico e social, como Portugal, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Canadá e Estados Unidos da América.

Os resultados apontam que muitos desses países não só possuem órgãos estatais para receber e encaminhar profissionais estrangeiros, como também para executar políticas de atração e instituições dedicadas à prospecção de imigrantes de alta qualificação. "São nações que se preocupam em suprir a escassez, em determinadas áreas, por meio da imigração", esclarece Wagner Oliveira.