"Apesar das manchetes negativas, o país trabalha", diz Lula na Bahia

Na Bahia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teceu críticas à imprensa nesta sexta (27). "Apesar das manchetes negativas, este país trabalha", disse Lula, durante um evento na cidade de Valentes, Sertão do estado. Para uma plateia formada por cerca de duas mil pessoas, o ex-presidente ressaltou que "quem é invisível para a mídia produz 70% dos alimentos do Brasil".

Lula na Bahia - Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Em seu discurso, Lula disse ainda que, em 2008, quando começou a crise internacional, os mais pobres ajudaram a movimentar a economia no Brasil, mais que os ricos. "Por isso digo a Dilma: não ouça só quem te procura para reclamar. Temos de ouvir quem trabalha". Segundo ele, "é importante juntar forças para superar as dificuldades".

O ex-presidente também sustentou que as pessoas devem "se colocar no lugar" da presidente Dilma Rousseff antes de criticá-la. "Cada um de vocês precisa ajudar a Dilma. Quero que vocês imaginem a pressão que esta mulher está sofrendo, a dificuldade que ela está passando. Antes de criticar, se coloquem no lugar dela", disse. 

"Imaginem a pressão que está posta sobre a Dilma. Quando está tudo bem, tudo é maravilhoso. Nosso país precisa agora de união", completou.

O ex-presidente pediu aos presentes que analisem o trabalho de Dilma não pelo primeiro ano, mas pelos quatro anos de mandato. Segundo ele, a presidenta "conseguiu segurar a crise" e "gerar empregos" até o fim do ano passado, quando teve que "parar para dar uma arrumada na casa".

"Se eu me sentir desanimado, basta lembrar que não há crise que possa vencer este povo", disse.

Lula participou do ato “Territórios em Movimento: articulação e gestão para o, desenvolvimento sustentável”, organizado pela Rede Nacional de Colegiados Territoriais. Em sua fala, ele também lembrou de suas origens e da situação do Nordeste ontem e hoje.

"Saí de Pernambuco em 1958 para não morrer de fome. Quando voltei em 1977, meus parentes viviam do mesmo jeito. (…) Precisamos chegar lá [à presidência] para mudar, criar o Luz Para Todos. Nós fizemos mais em 12 anos do que as elites deste país em 100 anos", disse.