Avós da Praça de Maio rechaçam editorial do La Nación

A associação das Avós da Praça de Maio rechaçou, nesta segunda-feira (22), o editorial publicado pelo jornal argentino La Nación, intitulado “Não mais vingança”, que pede a revisão das sentenças aos generais e torturadores da ditadura militar.

Estela Carlotto - Reprodução

“Quem comete um delito tem que pagar e tem que pagar de acordo com a lei. Se a pena é prisão perpétua, não importa a idade”, afirmou a presidenta das Avós, Estela Carlotto. Isso porque uma das afirmações do editorial é que os ditadores condenados “não tem mais idade” para estar presos.

Agregou que os condenados por crimes de lesa humanidade cometidos durante a ditadura “são pessoas muito perigosas, que o La Nación não fala, são pessoas maiores que não se arrependem, não confessam, e ainda prometem voltar a fazê-lo caso seja necessário”.

Legalidade

Estela fez referência também aos fragmentos do texto que pedem a revisão dos casos de Pedro Hooft, Néstor Montesanti e o juiz Ricardo Lona, acusados pela justiça argentina de estar vinculados à ditadura.
“Foram cúmplices e acompanharam as barbaridades. Tudo o que foi levado à justiça foi julgado e condenado, haviam provas e evidências, nada foi improvisado. Foi a própria justiça, com base na Constituição, que julgou os que transgrediram os preceitos”, defendeu Estela.

Para ela, o editorial pretende “retroceder a um passado nefasto”, além de “desvirtuar um governo como o de Néstor e o de Cristina”, e tenta condicionar o novo presidente para “começar a pensar em abrir os cárceres dos genocidas”.