Macri anuncia que sua primeira viagem oficial será ao Brasil

“O Brasil é o principal sócio do futuro”, declarou nesta segunda-feira (23) Maurício Macri, em sua primeira conferência de imprensa como presidente eleito da Argentina. Perante jornalistas nesta manhã, ele anunciou que sua primeira viagem oficial será ao Brasil e acrescentou que quer “construir boas relações com todos os irmãos da América Latina”.

Coletiva de imprensa com Macri - Efe

Na noite de domingo (22), Macri (Cambiemos) foi o vencedor de uma das eleições mais acirradas dos últimos anos na Argentina, com 51,40% dos votos, contra 48,60% do seu adversário, o candidato apoiado por Cristina Kirchner, Daniel Scioli (Frente para a Vitória).

Ao comentar suas propostas no âmbito da política externa, Macri falou que a Argentina precisa fazer “intercâmbios com todos os países do mundo para melhores oportunidades para todos”. Entre suas próximas medidas, ele anunciou que irá invocar a cláusula democrática contra Venezuela na próxima Cúpula do Mercosul – prevista para o dia 21 de dezembro em Assunção (Paraguai) — e que proporá ao Congresso da Argentina a invalidação do memorando de entendimento com o Irã.

Nesta manhã, Maurício Macri se apresentou à imprensa com um discurso semelhante ao da noite anterior. “A ideia é governar para absolutamente todos”, falou. “Teremos a oportunidade de construir a Argentina que sonhamos e agora vamos começar com toda a força. Devemos pensar no interesse geral”, acrescentou.

Ao lado direito de Macri na coletiva de imprensa, o seu chefe de campanha, Marcos Peña, comentou que, embora o pleito tenha sido acirrado, a capacidade do líder do Cambiemos de governar o país não está em xeque.

“A governabilidade foi dada pelos argentinos”, argumentou Peña. “Acreditamos que com o peronismo teremos um bom diálogo no Congresso”, acrescentou Macri.

Questionado sobre a economia do país, que enfrenta alta inflação e escassez de reservas de dólares, Macri afirmou que seu gabinete econômico terá seis ministros e que buscará um BC (Banco Central) independente.

"Não vou designar um ministro da Economia, serão seis integrantes no meu gabinete econômico", explicou, sem entrar em detalhes sobre potenciais candidatos. Segundo ele, só será possível entender a real situação econômica do país a partir de dezembro, “quando soubermos as contas públicas vou dizer tudo aos argentinos”.

Além disso, Macri reafirmou seu compromisso de cinco pontos para o país para combater a violência contra a mulher. “Me comprometo para a causa que mobiliza todos. Finalmente os argentinos estão colocando essas questões em cima da mesa e encarando-as”, comentou, acrescentando que precisará do apoio de todas as províncias para que a violência de gênero “seja tema de agenda” do governo.