Golpistas desafiam ordem verbal para desocupar Esplanada

O grupo de manifestantes que pede a queda do atual governo, com intervenção militar e realização de novas eleições, se mantinha neste sábado (21), no gramado em frente ao Congresso Nacional. O prazo dado pelo governador Rodrigo Rollemberg para saída expira às 19h.

acampamento de manifestantes que pedem intervenção militar

“Nós fomos intimados para cair fora verbalmente. Isso não existe. Nós vamos ficar dentro da lei, vamos sair dentro da lei. Ninguém pode chegar com uma força policial dizendo para sairmos sem um documento”, disse o produtor de audiovisual Mauro Costa, desafiando a determinação do governador. “Se a polícia vier com um documento dizendo que temos que sair de forma legal, sairemos. Não podemos aceitar [a retirada] à força”, completou.

A assessoria do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, confirmou que, apesar de não ter sido entregue nenhum documento, o aviso de que os manifestantes precisariam sair foi dado após o encontro entre Rollemberg e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, na última quinta-feira (19) . “Como estão em uma área pública, não é necessário um documento como uma reintegração de posse, por exemplo”, explicou a assessoria do governador.

A Polícia Militar (PM) enviará o Batalhão de Policiamento de Choque para garantir a saída dos cerca de 70 manifestantes que acampam no local. O efetivo não foi divulgado pela PM. Segundo a polícia e o GDF, no entanto, muitas pessoas já levantaram acampamento e deixaram o local.

“Até aqui estávamos admitindo as manifestações em respeito à liberdade de manifestação. Mas, em função dos conflitos entre grupos que defendem pontos de vistas diferentes e os confrontos que podem ter consequências imprevisíveis, entendemos que é inadequada a permanência dos acampamentos", afirmou Rollemberg, após encontro com Cunha e Calheiros.

Na semana passada, após um manifestante ser pego pela Polícia Civil portando forte armamento, a bancada do PT na Câmara solicitou ao Ministério da Justiça que acionasse a Polícia Federal para investigar a atuação de grupos golpistas acampados nas imediações do Congresso Nacional.

O homem portava uma arma de fogo e tinha diversas armas brancas escondidas em seu carro, que estava parado junto ao acampamento que pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em frente ao Congresso Nacional.

Na tarde de quarta (18), durante a Marcha das Mulheres Negras, dois homens sacaram suas armas de fogo e disparam enquanto as mulheres, que estavam na passeata de forma pacífica, tentavam se aproximar do Congresso Nacional. Bombas e rojões também foram jogados, segundo participantes da marcha.