Sete filmes nacionais para o Dia da Consciência Negra

Nesta sexta-feira (20) se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, uma data para recordar os heróis nacionais responsáveis pela libertação dos negros, entre eles Zumbi dos Palmares; mas também para refletir sobre os direitos obtidos até aqui e debater os rumos para seguir avançando.

Quanto vale ou é por quilo? - Divulgação

Prosa, Poesia e Arte traz uma série especial sobre a Consciência Negra com filmes, músicas e literatura de altíssima qualidade: Lima Barreto e Machado de Assis. Além disso, apresenta uma seleção de sete filmes nacionais que, em maior ou menor escala, refletem a questão do racismo.
Confira a lista completa:

Quilombo (Cacá Diegues – 1984)

A coprodução entre Brasil e França traz a história de Zumbi dos Palmares. Num engenho de Pernambuco, por volta de 1650, um grupo de escravos se rebela e ruma ao Quilombo dos Palmares, onde existe uma nação de ex-escravos fugidos que resiste ao cerco colonial, entre eles Ganga Zumba, um príncipe africano. Tempos depois, seu herdeiro e afilhado, Zumbi, contesta as ideias conciliatórias de Ganga Zumba (Príncipe) e enfrenta o maior exército jamais visto na história colonial brasileira.

Quanto Vale ou é por quilo? (Sérgio Bianchi)

O filme é uma adaptação livre do conto Pai Contra Mãe, de Machado de Assis, publicado na íntegra por Prosa, Poesia e Arte esta semana.

No século 17 um capitão do mato captura uma escrava fugitiva, que está grávida e, Após entregá-la ao seu dono, a escrava aborta o filho que espera. Nos dias atuais, uma ONG implanta o projeto “Informática” na periferia em uma comunidade carente. Arminda, que trabalha no projeto, descobre que os computadores comprados foram superfaturados e, por causa disto, precisa agora ser eliminada e Candinho, um jovem desempregado cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel para conseguir dinheiro para sobreviver.

Madame Satã (Karim Aïnouz)

O filme retrata a vida da referência na cultura marginal urbana do século 20, o célebre transformista João Francisco dos Santos- malandro, artista, presidiário, pai adotivo de sete filhos, negro, pobre, homossexual – conhecido como "Madame Satã" e frequentador do bairro boêmio da Lapa, no Rio de Janeiro. Mostra seu círculo de amigos, antes de se transformar no mito Madame Satã, lendário personagem da boêmia carioca.

A Negação do Brasil (Joel Zito Araújo)

Por meio de análises e depoimentos de artistas negros, o filme discute a presença dos afro-brasileiros em uma das maiores paixões nacionais: as telenovelas. Apesar de o documentário ser de 2001 e o panorama apresentado por ele – do predomínio de brancos na televisão – dar indícios de mudança, a realidade mostrada ainda se aplica ao nosso cotidiano

"Cores e Botas" (Juliana Vicente)

Uma garota negra quer ser paquita. Pode não parecer um dilema muito grande, se nem todas as paquitas fossem brancas. Por isso, a menina – apesar de se vestir e se portar como uma – não consegue se reconhecer como parte desse universo. Mais um retrato interessante da situação de exclusão dos negros dos espaços de discussão na cultura.

Na Quebrada (Fernando Grostein Andrade)

Baseado em fatos reais, o filme segue a trajetória de um grupo de jovens da periferia de São Paulo, como Júnior, talentoso no conserto de televisões, Zeca, que testemunhou uma chacina, Joana, garota que sonha com a mãe desconhecida e Gerson, cujo pai está na prisão desde que nasceu. Entre histórias de perdas e violência, eles descobrem uma nova maneira de expressar as suas ideias e as suas emoções: o cinema. A obra é um valioso registro sobre como vivem os jovens nas periferias brasileiras, os desafios, as dificuldades, as leis do tráfico e os sonhos.

O Pagador de Promessas (Anselmo Duarte)

Zé do Burro e sua mulher Rosa vivem em uma pequena propriedade no Nordeste. Um dia, o burro de estimação de Zé é atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa a Santa Bárbara para salvar o animal. Com o restabelecimento do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Mas a via crucis de Zé ainda se torna mais angustiante ao encontrar a resistência ferrenha do padre Olavo a negar-lhe a entrada em sua igreja, pela razão de Zé haver feito sua promessa em um terreiro de religião afro. Apesar de o filme ser apreciado por muitos aspectos, destaca-se a questão das religiões afro a imposição do catolicismo.