Para Cunha, tiros, bombas e crime de racismo não afetam a ordem

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), saiu em defesa do acampamento de golpistas instalado com sua autorização no gramado em frente ao Congresso Nacional. Nesta quarta-feira (18), após integrantes do acampamento terem sido presos por disparar tiros para o alto durante a Marcha de Mulheres Negras, ele disse que não vai retirar os golpistas e isso só acontecerá se eles afetarem “a ordem” e a “integridade” das pessoas, ou seja, até que alguém seja morto.

Golpista armado na Marcha de Mulheres Negras

Durante a marcha, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi atingido com gás de pimenta, caiu no chão e precisou de socorro médico. No plenário da Câmara, diante da gravidade do caso, parlamentares pediram que o grupo fosse retirado do gramado.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), concordou e disse que conversaria com Cunha garantir a retirada do acampamento.

Quando a Marcha das Mulheres Negras passou em frente ao acampamento do MBL, as manifestantes foram agredidas com atitudes e palavras racistas dos membros do acampamento e da própria polícia, que lançou gás de pimenta. 

“É obvio que vou sempre preservar a integridade. No momento que afetar a ordem, vou tomar providências. Não sei [se houve violação da ordem]. Se acontecem tiros e as pessoas forem presas, certamente já houve as providências. Teve policial preso. Não se trata de pessoa de um movimento ou de outro. Não foi preso alguém de um movimento, foi um policial de Brasília”, minimizou Cunha.

Um dos integrantes do acampamento é um policial civil de Sergipe que já havia sido detido na semana passada por ameaçar com arma manifestantes que participavam de atos na Esplanada. Ele foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil do Distrito Federal para prestar depoimento. A Polícia Civil não deu informações sobre o outro preso.