Governo estuda medidas para proteger indústria brasileira do aço

O governo federal estuda medidas para proteger a indústria brasileira de aço, anunciou o ministro da Economia, Joaquim Levy, nesta quarta (18). O aumento da alíquota de importação de alguns produtos siderúrgicos está entre as possibilidades que estão sendo discutidas, como forma de atender os interesses nacionais em meio ao excesso de oferta vivido globalmente por esta indústria. 

indústria do aço

"É uma possibilidade [subir alíquota de importação]. É a coisa mais óbvia, mas não necessariamente é a melhor ou a mais permanente", afirmou Levy. Segundo ele, o governo ainda está fazendo estudos. "Já falamos com a presidente, vamos propor no âmbito do MDIC [Ministério do Desenvolvimento] e vamos ver o que é compatível, também olhando a produtividade do Brasil", declarou.

O ministro disse ainda que há hoje um excesso de oferta de aço no mundo e vários países têm tomado medidas para proteger as indústrias do setor. Para tomar uma decisão, o governo irá levar em consideração a possibilidade de aumento de preços no mercado interno. "Estamos estudando medidas que sejam compatíveis com os investimentos que foram feitos na indústria do aço, mas que também não onerem indevidamente outros setores", afirmou.

"Não é fácil. Você tem de criar uma política que defenda os interessa nacionais, tanto do consumidor como dos produtores", avaliou.

A indústria siderúrgica brasileira tem reclamado de importações diretas e indiretas de aço e de condições de competição desiguais. O alvo das queixas costumam ser os produtos vindos da China, país responsável por cerca de metade da produção mundial de aço.

De acordo com matéria da Folha de S.Paulo, o setor de aço enfrenta queda nas vendas internas de 15,2% entre janeiro e outubro deste ano na comparação com igual período de 2014. Conforme apurou o jornal, o setor já desativou ou paralisou 20 unidades de produção e demitiu mais de 11 mil trabalhadores entre junho deste ano e o mesmo mês do ano passado.

"A crise hoje pode ser considerada até pior do que a de 2008 e 2009, porque na época saímos dela rapidamente. Hoje, o cenário é outro. Precisamos de medidas emergenciais e também estruturais", afirmou o presidente do Instituto do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, à Folha.