Contra fechamento de escolas, líderes secundaristas são detidas em SP

O movimento de resistência ao plano de fechamento de mais de 90 escolas pelo governo Geraldo Alckmin em São Paulo acabou em detenção na manhã desta quarta-feira (18). O fato ocorreu na escola Estadual Professor Moacyr Campos (Mocam), localizada na região da zona leste, na capital paulista.

Contra fechamento de escolas, lideres secundaristas são presas em São Paulo

A estudante Camila Lanes, eleita presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) neste último fim de semana, ao lado da presidenta da Upes (União Paulista de Estudantes), Angela Meyer, foram detidas pela polícia que alegou invasão do patrimônio público.

As duas líderes estudantis informaram que a PM invadiu a escola apontando fuzis para os estudantes e após discussão, deram voz de prisão às duas militantes.

Segundo relato de integrantes do grêmio da escola, mais de 300 estudantes estão em frente ao prédio em resistência à prisão das militantes. Segundo os alunos, “a decisão é ficar e resistir junto com elas”.

A vice-presidenta da União da Juventude Socialista (UJS) e ex-presidenta da Ubes, Manuela Braga, informou que os policiais apreenderam os documentos das líderes estudantis e elas estão aguardando a decisão da polícia se serão ou não levadas à prisão. “Colocaram uma fita no braço delas de identificação e disseram que elas não poderão sair de lá até que eles resolvam. A PM recuou da prisão no instante em que os estudantes se manifestaram em frente à escola. Mas levaram detido um professor da Apeoesp”, relatou.

Angela Meyer, presidenta da Upes, publicou em seu perfil na rede social:

Liberadas

Já no fim da manhã desta quarta (18), a presidenta da Ubes contou que os policiais decidiram liberá-las. “O delegado decidiu que nós não tínhamos de fato feito nenhum dano ao patrimônio da escola, apenas tínhamos ‘invadido’, por isso decidiram nos liberar”, contou.

Segundo o site da Ubes, no momento, os estudantes que estão do lado de fora da escola estão proibidos de acessar o prédio pela Polícia Militar. Entretanto, cerca de vinte alunos mantém a ocupação. Apenas professores podem entrar e sair da edifício. As presidentas da Ubes e da Upes continuarão na escola apoiando a ocupação dos estudantes da Mocam e dialogando com a Polícia Militar.

“Tem estudante dormindo no chão em cima da cortina da sala de aula. Já temos mais 40 escolas ocupadas. Vamos com tudo ocupar mais escolas para barrar essa desorganização do Alckmin”, convocou Camila.

Ocupações

Até esta quarta-feira (18), mais de 40 escolas já foram ocupadas por estudantes em um movimento de resistência ao plano de reestruturação do ensino no estado de São Paulo.